Caxias do Sul aparece em segundo lugar em inovação na edição 2021 do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), organizado pela Endeavor, rede de empreendedores dedicada ao fomento do tema e um dos mais tradicionais mapeamentos do ambiente de negócios no país. A edição 2021 avaliou, pela primeira vez, as 100 maiores cidades do Brasil, o que permitiu mostrar o nível de amadurecimento de outros ecossistemas fora do eixo das principais capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
O ranking avalia 60 indicadores municipais, divididos em sete pilares vitais para o crescimento de novos empreendimentos: ambiente regulatório, infraestrutura local, disponibilidade de crédito, mercado consumidor, formação da mão de obra local, estrutura de inovação e cultura empreendedora, que mede o status de manter um negócio perante o resto da comunidade.
Dos novos focos de inovação, o destaque fica nas cidades de médio porte que já mostram sinais de ecossistemas de inovação comparáveis, em menor escala, às principais capitais do eixo sudeste. Caxias do Sul, e por consequência, a região, se posiciona nessa fatia, já que possuí todos os atributos necessários para inovação como: universidades locais para formação de pessoas e conhecimento, empresas de referência na geração de riqueza, profissionais capacitados, mercado consumidor de tecnologia e, especialmente, espírito empreendedor.
Analisando mais friamente os resultados, também é possível perceber os desafios que ainda precisamos enfrentar. Nos itens “Ambientes Regulatórios”, “Infraestrutura” e “Cultura Empreendedora” nenhuma cidade do Rio Grande do Sul figura no top 10, o que sinaliza que o nosso estado tem muito trabalho a ser feito nesses quesitos. Já a presença de Porto Alegre no item “Acesso a Capital de Risco” sinaliza uma clara descentralização do eixo Rio-São Paulo em um item fundamental para o desenvolvimento de novos negócios, o que pode ser explorado pelos ecossistemas gaúchos.
Ter Caxias do Sul em 2º lugar no Top 10 de “Inovação”, somente atrás de Florianópolis, uma cidade que inspira diversos ecossistemas pelo país, reafirma e traz segurança ao trabalho diário de articulação que ocorre na região envolvendo academia, poder público e empresas, a partir de iniciativas como o próprio Instituto Hélice, Trino Polo, Bento+20 e Inova RS.
Ambiente de colaboração onde cada “pá” da tríplice hélice realiza o seu papel: as empresas atuando como consumidoras e desenvolvedoras de tecnologia; a academia no protagonismo da pesquisa e formação de pessoas; e o poder público no papel de desburocratizar, facilitar o fluxo de novos empreendimentos e garantir condições para que tenhamos uma comunidade acolhedora, boa de viver, capaz de atrair e reter talentos.
No mercado atual, empresas inovadoras não procuram prioritariamente as cidades com os melhores benefícios fiscais, capital de investimento ou infraestrutura logística. Elas estão indo para onde estão os melhores talentos. O ranking mostra que ainda temos muito a fazer em outros eixos para nos tornarmos um local atraente para esses talentos, mas também indica o potencial para crescimento e aponta os primeiros resultados dos passos dados recentemente.
Na Hélice, em 2021, seguiremos focados em nosso propósito de oferecer oportunidades de crescimento a partir de processos estruturados de inovação aberta e também no nosso papel de articuladores entre academia e poder público, garantindo todas as capacidades necessárias para atrair talentos e oferecer condições para que eles vivam e cresçam junto com a serra gaúcha.