Como colocar minha startup no mercado

14/7/20
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Publicado por 
Clara Casagrande

Veja atitudes que podem te ajudar a tirar seu projeto do papel e inseri-lo no mercado

Como colocar minha startup no mercado
Como colocar minha startup no mercado

Empreender no Brasil requer bastante coragem. Mas a dose requerida dessa virtude é maior quando o assunto é criar uma startup.

Ainda que o mercado de inovação esteja em ascensão e uma boa parcela do população já tenha acesso a tecnologia todos os dias, existe um receio ao redor de quem quer se inserir neste nicho. Quem já passou por essa experiência vai concordar: pode ser surpreendente contar que estamos pensando em largar nossos empregos formais para arriscar na inovação.

Quem tem essa coragem, muitas vezes acaba com o rótulo de louco ou escuta o clichê Pra quê fazer isso? Você já não tem um emprego bom?.

O fato é que essas perguntas, para o corajosos, acabam soando como um desafio. Basta uma breve pesquisa para descobrir que muita gente já deixou para trás ótimos empregos na hora de se aventurar nos negócios.

Esse é o caso do Max Oliveira, da MaxMilhas, por exemplo. Na época em que começou a empresa que democratizou o comércio de passagens aéreas no Brasil, ele tinha um ótimo cargo em uma multinacional. Com o passar do tempo, ele abandonou a estabilidade para abraçar o sonho.

Outros, diferente dele, iniciaram seus projetos na maior das crises de suas vidas - ou por estarem afundados em dívidas ou por viverem uma fase de grandes transformações pessoais.

A verdade é que não importa se é o amor pela aventura ou a necessidade que leva alguém ao empreendedorismo, a coragem de inovar é para poucos. Se você é um deles, este artigo tem como meta te dar dicas práticas para tirar sua ideia da cabeça e colocar ela em prática o mais rápido possível.

Vamos lá?

Descubra o valor de nunca estar finalizado

Se o mercado muda o tempo inteiro e o comportamento de marcas e consumidores também, seu negócio nunca poderá estar finalizado. O seu cliente deve receber seu produto final, sim, mas você nunca pode cruzar os braços e dizer que ele está pronto.

Quer saber o porquê? Caso sua ideia seja o desenvolvimento de um software para ser usado por outras empresas, você não pode se desligar do mercado em nenhum momento. Imagine que sua solução seja aplicada na área financeira. Seu time precisará estar por dentro de qualquer mudança na legislação ou a criação de um novo imposto - pois estes fatores podem mudar completamente as engrenagens da sua ferramenta.

Quando você se programa internamente para desenvolver constantemente o seu produto, é menos provável que ele se torne obsoleto ou seja trocado facilmente pelo consumidor.

No entanto, quando falamos de não ter um projeto finalizado nunca, não queremos dizer que ele deve estar sempre em fase de testes ou com uma aparência inacabada. Mas, que é fundamental que seu planejamento busque o seguinte cenário:

Para o consumidor, ele deve estar em pleno funcionamento e com todas as funções disponíveis.

Internamente, você deve questionar a todo o tempo a validade e a utilidade dele, desenvolvendo-o sempre mais.

Não queira estar pronto

Obviamente, é fundamental ter um projeto bem estruturado. Mas, não caia no erro de achar que sua empresa precisa estar 100% pronta na hora de se lançar no mercado.

Dois fatores podem te ajudar a deixar essa ideia de lado: primeiro, quando você começou a desenvolver seu modelo de negócio, o mercado provavelmente se comportava de outra forma ou tinha diferentes necessidades; segundo, é fundamental validar que seu público-alvo realmente necessita do seu produto/serviço - se a resposta for sim, sua fase final de desenvolvimento pode contar com a colaboração dele.

Tenha em mente que a o empreendedorismo colaborativo pede experiências personalizadas.

Quando você espera que seu negócio esteja perfeitamente pronto, sem precisar de novos ajustes para lançar ele aos consumidores, sua chance de se frustrar aumenta. Afinal de contas, qualquer pequena mudança necessária mandará por água abaixo seu ânimo e seu trabalho prévio. E, em casos mais extremos, você pode acabar precisando retornar a um emprego formal antes mesmo de começar a operar.

Então, tente dar os toques finais da sua ferramenta a partir dos feedbacks que receber. Se esforce por fazer uma primeira versão do seu produto que seja efetiva e deixe potenciais clientes testarem. Isso poderá poupar horas de trabalho e maximizar resultados futuros.

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No fim do dia, importa vender

O que vai tirar o seu rótulo de louco e colocar verdadeiramente o seu negócio do mercado é o interesse dos consumidores. Mas, só ele não importa. É fundamental que seu projeto seja rentável.

Conquistar clientes é o primeiro passo para sua empresa existir no mundo real. Nos últimos anos, o indicador que observa o valuation das startups esteve bastante em foco, sendo mais considerado inclusive do que a realidade financeira das marcas. Mas, não se engane: toda empresa precisará operar com as contas no azul depois de um tempo.

Por isso, se preocupe em vender. Sua empresa precisa ter um bom time comercial e bons profissionais de marketing para fazer a roda girar. Se você estiver empreendendo sozinho ou apenas com alguns amigos por perto, não tem problema: foque boa parte dos seus esforços em vender sua ideia.

É o quanto as pessoas estão dispostas a pagar por ela que vai garantir sua existência e crescimento.

Tenha um pitch perfeito

Tudo bem, um padrão de pitch perfeito não existe. Mas, sua empresa precisa ter uma apresentação concisa, direta, com foco em resultados e que seja atrativa aos seus clientes.

Saber vender o seu negócio para potenciais parceiros e consumidores é fundamental.

Uma boa estrutura de apresentação passa pela exposição da dor que originou o negócio, seguindo para o dilema para encontrar a solução dele e finalizando com a apresentação do produto e seus resultados. Um conhecimento básico de técnicas de storytelling pode ajudar bastante, mesmo para apresentações extremamente curtas - de 2 ou 3 minutos.

Escute o que seu interlocutor tem a dizer, reconheça as necessidades dele pela fala e apresente seu negócio de modo que possa contribuir para a solução dos problemas que ele precisa resolver.

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Bote a cara à tapa

Não tenha vergonha de ser cara de pau.

Leandro Benincá, educador financeiro parceiro do Start, certa vez disse que nós precisamos parar de dizer não pelos outros. Não, não é dizer não para o outros, mas pelos outros.

Ele explica dizendo que muitas vezes nós deixamos de iniciar conversas e propor parcerias por supor uma negativa da outra parte. No entanto, o não nós sempre já temos. Se não tivermos a confiança de explicar ao nosso cliente o valor do que estamos gerando, ele não terá motivo algum para investir em nós.

Por isso, não tenha medo. Busque maneiras diversas de colocar sua ideia em contato com o mercado. Seja confiante e realista acerca da maneira como você pode impactar seu consumidor.

Existem muitas formas de tornar isso realidade: batendo de porta em porta, mandando e-mails de apresentação para potenciais parceiros e clientes, participar de eventos com outros empreendedores - que podem consumir ou mentorar seu trabalho - etc.

Lembre-se: se até pessoas do seu ciclo de convivência te chamaram de louco quando você começou, não há problema nenhum se pessoas que você não conhece te chamarem também. Provavelmente, não são elas que pagarão pelo seu negócio.

A única negativa que deve mudar seu comportamento é a do seu potencial cliente. Mas, até mesmo esta deve ser um incentivo para você melhorar seu projeto. Por isso, anote sempre o maior número possível de feedbacks e sugestões que receber.

Participe de competições

Toda startup em crescimento passou pelo processo de validação. Colocar sua empresa frente a frente com outras em competições pode ser uma maneira saudável de crescer ou encontrar lacunas no seu negócio.

Você pode fazer isso de muitas formas: participando de Startup Weekends, de Hackathon, do Sebrae Like a Boss ou da Batalha de Startups da Gramado Summit. O modelo da competição não importa, tampouco se o seu negócio será o vencedor.

Às vezes, ouvir a crítica dos jurados ou observar de que formas outros empreendedores estão inovando pode mudar completamente o curso do seu projeto.

Um bom benchmarking, até mesmo para mercados que talvez ainda não existam, é fundamental.

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Se você topou o desafio de criar uma startup, parabéns: isso mostra que você se destaca de outros profissionais. Agora, é seu papel desenvolver um bom produto e mostrar o propósito do seu negócio para o maior número de pessoas. Esteja disposto a botar a cara à tapa para vender sua solução.


Se você já está pronto para se lançar no mercado, converse com o time da Gramado Summit no botão abaixo. Se sua ideia ainda é muito embrionária, este conteúdo do Start poderá te ajudar a ter uma clareza maior sobre como você pode melhor desenvolver ela.

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