Como empresas podem ser mais plurais?

26/6/20
|
Publicado por 
Redação Start

Movimentos de empresas em prol da luta LGBTQ devem ir além de datas simbólicas

Como empresas podem ser mais plurais?
Como empresas podem ser mais plurais?

O dia do orgulho LGBTQ é celebrado em 28 de junho por conta de uma revolta ocorrida no bar Stonewall Inn, em 1969. Por mais que a luta do movimento tenha origens ainda mais antigas, a celebração dessa data evidencia as conquistas alcançadas, como a despatologização da homossexualidade, o casamento civil entre pessoas do mesmo gênero e a criminalização da LGBTfobia.

No entanto, essa data deve ser utilizada para mobilizar um número cada vez maior de pessoas. Um estudo publicado pela UFMG e UNICAMP em maio de 2019 revelou que 21,6% dos LGBTQs entrevistados estão sem emprego. Em comparação, a taxa de desemprego para a população não-LGBTQ é de 12,2%. Dados como esse evidenciam a necessidade de busca por mais igualdade e oportunidades.

Para Guilherme Pintto, escritor e ativista, datas como essa são importantes, pois representam um marco histórico. “É importante saber quem foram os protagonistas que fizeram a linha de frente para que muitos de nós gozasse do que temos hoje. A data é importante para reafirmar a luta e a garantia de direitos de grupos que são historicamente alvos de discriminação e preconceito. Entretanto, é importante lembrar que a representatividade também é construída pela cultura, pelo cinema, novelas, literatura”, aponta.

img 8492

Por isso, Guilherme salienta que o papel de luta por representatividade não sabe somente à comunidade LGBTQ. “Pessoas heterosexuais e não trans precisam entender a importância do movimento usando seus privilégios, a fim de auxiliar na construção de uma sociedade mais diversa culturalmente e não tão heteronormativa”, frisa.

Datas simbólicas influenciam atitudes de empresas

Na perspectiva de Guilherme, as empresas estão evidentemente interessadas em deixarem suas marcas alinhadas com o que é desejável socialmente. Ao mesmo tempo, sabe-se que equipes mais diversas, em quaisquer cargos, geram vantagem competitiva. “As pessoas que se sentem incluídas no trabalho, produzem mais, são criativas e resolvem problemas complexos com maior facilidade”, destaca.

Por outro lado, ele comenta sobre a necessidade de observar como as empresas se comportam além das datas. “Ela patrocina grupos políticos que são contra a comunidade LGBTQIA+? Como é o quadro de funcionários? Há grupos minoritários em cargos de liderança? Quanto às mulheres trans e/ou travestis (que possuem baixíssima absorção no mercado de trabalho), há políticas de inclusão nessa empresa? A propaganda, inserida, principalmente em veículos de grande massa, contribuem com a representatividade, porém, o buraco é bem mais embaixo, e não deve se limitar apenas ao posicionamento da marca. As estratégias de negócios precisam contemplar genuinamente a diversidade sexual e de gênero”, pontua.

Conforme Gabriela Augusto, diretora e fundadora da Transcendemos Consultoria, o mês de junho continua sendo o período no qual as empresas mais se mobilizam para pensar em programas de diversidade e inclusão. “Uma coisa importante de se observar é o fato desse movimento ser, em muitas das vezes, bottom-up (de baixo para cima). Tenho visto um bom número de colaboradores se organizando dentro de suas empresas e pautando ações a favor da inclusão de minorias sociais, como LGBTs, pessoas negras e mulheres”, coloca.

Discussões no ambiente corporativo

O primeiro passo para trazer as pautas para o cotidiano das empresas está relacionado com conscientização e treinamento. As pessoas precisam saber o que é diversidade e inclusão.

Diversidade, por sua vez, está relacionada a um conjunto de múltiplos atributos que caracterizam pessoas e as tornam únicas. Isso começa com nome, idade, profissão, e vai até outras características como etnia, cultura, identidade de gênero, orientação sexual, condição física, entre inúmeros outros aspectos.

Inclusão, de outro lado, está relacionada com o esforço para proporcionar igualdade de oportunidades à todas essas pessoas, independentemente de suas características pessoais. “Ou seja, devemos contratar pessoas com diferentes backgrounds para as nossas empresas, mas também temos que nos esforçar para que elas possam se desenvolver e se sentirem pertencidas”, explica Gabriela.

Guilherme também completa que existem vários profissionais habilitados para auxiliarem na construção de um ambiente empresarial mais saudável, favorecendo as diferenças e o respeito. “O profissional inserido precisa se sentir parte daquele lugar, acolhido e valorizado, como a maior parte das pessoas que não são parte da diversidade sexual e de gênero se sentem em seus trabalhos”, afirma.

quadros p61

Transcendemos: consultoria e impactos

A partir dessas perspectivas de debate e inclusão no ambiente corporativo, Gabriela Augusto criou a empresa Transcendemos, que surgiu para apoiar organizações que enxergam a diversidade e a inclusão como um tema estratégico para os seus negócios.

A empresa oferece soluções em diagnóstico (compreensão dos desafios que as organizações enfrentam em D&I); aprendizagem (palestras, workshops e webinars), talent acquisition (apoio na contratação de pessoas LGBT+, negros e negras, mulheres e outras minorias sociais) e comunicação (apoio no desenvolvimento de campanhas e outras ações).

transcendemos echos 68

Em três anos de trabalho, já desenvolveram projetos em empresas como Google, Gerdau, Citi e Maersk, conscientizando milhares de pessoas das mais diversas áreas de atuação e inserindo diversas pessoas de minorias sociais no mercado de trabalho formal.

“Ao buscar o apoio de uma empresa de consultoria como a Transcendemos, a empresa evita os riscos e os custos de uma abordagem “trial and error”. Nosso objetivo é ajudar as organizações a trilharem o caminho mais inteligente, garantindo com que seu programa de diversidade e inclusão tem um impacto positivo na vida do maior número de pessoas”, finaliza Gabriela.

Confira mais posts do Start