Fintechs de variados serviços sinalizam aumento na procura durante isolamento social
Você já deve ter ouvido a seguinte frase sobre finanças: “acaba o dinheiro e sobram dias no mês”. Com o objetivo de auxiliar os brasileiros a terem uma vida financeira mais saudável e melhorarem a relação com o dinheiro, nascem as fintechs (startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro). Exemplo de empresa desse segmento é o Mobills, plataforma completa para gestão de finanças pessoais. A startup reúne em um só lugar informações sobre contas, cartões, investimentos, despesas e rendas. Também permite o cadastro de objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo
Você já deve ter ouvido a seguinte frase sobre finanças: “acaba o dinheiro e sobram dias no mês”. Com o objetivo de auxiliar os brasileiros a terem uma vida financeira mais saudável e melhorarem a relação com o dinheiro, nascem as fintechs (startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro).
Exemplo de empresa desse segmento é o Mobills, plataforma completa para gestão de finanças pessoais. A startup reúne em um só lugar informações sobre contas, cartões, investimentos, despesas e rendas. Também permite o cadastro de objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Tudo isso com um layout descomplicado, que apresenta gráficos e porcentagens. Além disso, a plataforma disponibiliza conteúdo sobre educação financeira.
Em seis anos, o aplicativo já atingiu a marca de mais de sete milhões de downloads e é o melhor avaliado da categoria pelo Google Play e pela Apple Store. A startup está sediada em Fortaleza.
“Acredito que a maioria da população já se perguntou para onde foi o dinheiro ganho no mês. Isso já aconteceu comigo e hoje entendo a importância de gerenciar minhas finanças. Nós criamos o Mobills para melhorar a relação da população com dinheiro e distribuir conteúdos sobre educação financeira para todos”, explica Carlos Terceiro, CEO e fundador da startup.
Para auxiliar os brasileiros no cenário de crise, a startup desenvolveu um projeto chamado Xô Crise. Entre as iniciativas dessa ação estão:
- 11 dias de lives no Instagram que alcançaram mais de 50 mil pessoas;
- 266 Microempreendedores Individuais garantiram dois meses de Mobills Premium grátis com a ação divulgada pela plataforma;
- Mais de 62 mil pessoas participaram ao menos uma vez do Desafio Xô Crise no aplicativo - este foi um desafio diário durante todo o mês de abril com conteúdos e missões sobre finanças pessoais totalmente gratuitos no Mobills;
- Ao final do Desafio Xô Crise, os usuários que completaram todas as missões participaram de um sorteio que selecionou cinco pessoas para terem uma conta de até R$ 1.000 paga pelo Mobills. Os ganhadores foram divulgados em uma live no dia 15 de maio.
A QuiteJá é outro exemplo de plataforma 100% digital voltada para recuperação de crédito, que tem como objetivo tornar a relação entre credor e devedor mais dinâmica e saudável. Criada em 2016 por Luiz Henrique Garcia e Rafael Abreu, a QuiteJá oferece suporte durante todo o processo de pagamento, apresentando oportunidades e planos de negociação e sugerindo descontos que beneficiem todos os envolvidos. Com atuação nacional, a empresa já ajudou mais de 600 mil brasileiros a regularizarem os seus débitos.
A ideia de criar a fintech surgiu a partir da experiência de oito anos de Luiz como advogado no mercado de recuperação de crédito. Na época, o executivo percebeu o desgaste na relação entre bancos e devedores e entendeu que poderia criar um negócio que fizesse a ponte entre os dois lados. De acordo com a empresa, 95% das abordagens são realizadas por meio de SMS e apenas 5% por e-mail.
“A experiência do cliente é, sem dúvida, o nosso principal objetivo. Da mesma forma, esse serviço é extremamente relevante ao credor, pois permite que casemos o seu interesse em recuperar com a capacidade de desembolso do cliente. Unir essas duas pontas, que é melhorando o relacionamento entre as partes, com benefícios para ambas, é a forma que buscamos sempre agir”, salienta o CEO QuiteJá, Luiz Henrique Garcia.
A Wise&Trust, por sua vez, é uma fintech americana de gestão de investimentos em ativos digitais. Usa machine learning (inteligência artificial) e modelos quantitativos para montar os fundos e tomar decisões de investimentos. Com foco em investidores de alta renda, conta com clientes brasileiros e americanos.
A operação da fintech no país começou em 2018. Neste ano, a Wise&Trust decidiu focar no mercado brasileiro, já que o país já conta com três fundos de investimento em criptoativos. Atualmente, possui cerca de 140 clientes e mais de US$ 6 milhões sob gestão. A empresa ganhou uma taxa de performance baseada nos resultados que entregam para os clientes.
“Acreditamos que o uso de machine learning e inteligência artificial para investir nessa nova classe de ativos digitais e data economy é o futuro e um mercado que está apenas começando. Os usos, aplicações e oportunidades são cada vez maiores e grandes consultorias como a PwC e Gartner projetam um mercado de US$ 4 trilhões para 2030”, projeta Rudá Pellini, cofundador da Wise&Trust.
Crescimento durante pandemia
Neste cenário de pandemia em torno do novo coronavírus, o aplicativo percebeu uma alta demanda em abril. Em todos os anos, o mês de pico costuma ser janeiro, visto que as pessoas costumam fazer promessas de início de ano que envolvem ter mais organização e controle das finanças. Porém, neste mês de abril, eles notaram um pico semelhante ao primeiro mês de 2020.
Em relação ao usuários que voltaram a usar o app a demanda foi ainda maior. Em comparação com janeiro eles tiveram em abril 170% a mais de usuários que reinstalaram o aplicativo, ou seja, são pessoas que já haviam testado a plataforma e que sentiram a necessidade de voltar a usar o app para controlar as finanças neste momento de crise. Só em março e abril, meses em que a crise financeira se agravou no Brasil, o número de usuários que voltaram ao app somou 165.578 pessoas.
Durante a pandemia, a QuiteJá também registrou um aumento de 35% em números de acordos realizados de renegociação de dívidas. Quando analisado por serviços de algumas das empresas parceiras, o crescimento é superior a 60%. O grande motivo são as ofertas de flexibilização para o pagamento, além de facilidades para entrada e prestação a prazo. A startup se aproxima da faixa de 2 milhões de boletos pagos.
Aproximadamente, a empresa possui 7 milhões de CPF´s negociáveis. Houve um acréscimo de cerca de 40% na quantidade de negociações. Inicialmente, uma mudança no perfil negociado, reduzindo o valor médio das parcelas com alongamento da dívida.
Já a Wise&Trust registrou um grande aumento de procura de family offices e investidores institucionais que passaram a enxergar os fundos da fintech como oportunidade para balancear os portfólios de ativos.