Lorrayne Caroline estará presente na Gramado Summit 2023

7/4/23
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Redação Start

A influenciadora busca desmistificar crenças capacitistas por meio da sua presença na internet

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Em um cenário onde as pessoas se mostram cada vez mais livres e abertas para o que é diferente, fugindo dos padrões de beleza impostos pela sociedade, é possível observar uma ascensão de influencers que buscam desmistificar as crenças capacitistas. Como forma de quebrar esses padrões, por meio de uma forte presença na internet, diversos influenciadores digitais surgem para mostrar aproximar o público nessas causas. 

Esse é o caso da influenciadora Lorrayne Caroline, que começou na internet fazendo tutoriais de beleza e moda, que valorizassem o empoderamento feminino. Portadora de uma doença rara chamada Osteogênese Imperfeita, que gera uma fragilidade nos ossos.

Lorrayne é natural de Franca, em São Paulo, e por meio do seu trabalho em plataformas como Instagram, YouTube e TikTok, já alcançou grandes conquistas. Atualmente, Lorrayne éuma das embaixadoras da Salon Line. A influenciadora estará presente na Gramado Summit 2023 para inspirar contando um pouco da sua história e abordando temas relevantes como a representatividade feminina, negra e PCD em qualquer lugar. 

1- Como tu observa a importância da tua presença na internet sendo uma mulher negra e com deficiência?

Eu vejo que a minha presença na internet hoje tem muita importância para a representatividade. Quando eu comecei, não tinha referência nenhuma de meninas PCD 's, e principalmente negras, que falassem sobre autoestima e autocuidado. Então, além de ajudar as pessoas a se amarem, se cuidarem, passarem mais maquiagem e coisas do tipo, eu quis trazer um pouco mais sobre aceitação, como as pessoas podem se aceitar da maneira que são. 

Quando eu conversava com meninas que tinham a mesma necessidade que eu, a maioria delas não se amavam e não tinham essa rotina de autocuidado, e a partir das minhas atitudes, passaram a me ver como exemplo, mesmo antes de estar na internet com frequência. Sempre gostei de me cuidar, sempre gostei de fazer a minha rotina de autocuidado, essa era a maneira que eu encontrava para me sentir melhor, elevando a minha autoestima. 

Dessa forma, buscava ajudar outras meninas como eu, para que elas me vissem como referência. A minha presença na internet me faz alcançar muitas meninas, ajudando a elas diariamente a se sentirem vivas e mais bonitas, bonitas da maneira que são.

2- De que forma tu busca quebrar os preconceitos e estigmas capacitistas que perpetuam na sociedade?

Infelizmente a sociedade ainda tem muito preconceito e a internet também. Mas a forma como eu busco quebrar os preconceitos, é saber que nem mesmo uma sociedade com parâmetros capacitistas, podem me parar. Eu posso alcançar o que quiser, e não são eles que vão me dizer o contrário, sabe? 

A sociedade que fala que eu não posso fazer algumas coisas porque eu sou PCD, é o que me motiva a buscar a mudança, quebrar os preconceitos sabendo que eu sou capaz e eu posso chegar aonde quiser, e não deixar que as pessoas me digam o contrário disso. Isso vale tanto para mim quanto para as minhas seguidoras e outras meninas como eu.

3- Em um país com mais de 45 milhões de brasileiros que apresentam algum tipo de deficiência, de que forma tu acredita que iniciativas públicas e privadas poderiam ser mais inclusivas e efetivas?

Essa questão de inclusão para nós, que temos alguma necessidade especial, é muito louca ainda. A maioria das pessoas não conseguem enxergar que a gente que é PCD ou portador de qualquer tipo de necessidade tem o direito de estar nos mesmos lugares que as outras pessoas estão. Isso é chato. Infelizmente não são todos os lugares que eu consigo ir por conta da inclusão e da falta de acessibilidade. É uma questão que nos gera tristeza. A minha luta é fazer com que as pessoas possam enxergar que nós, com necessidades especiais, também temos o direito de estar presentes e curtir como qualquer outra pessoa.

4- De que forma tu busca lidar com a inexistência de acessibilidade na maioria dos espaços?

Como eu já tinha falado sobre a inclusão e acessibilidade, o quanto não nos atende por completo, volto a dizer o quanto o poder público e privado poderia olhar para nós com mais atenção. Tem lugares que a gente não pode estar porque não tem acessibilidade que a gente precisa, não tem rampa de acesso, não tem provadores acessíveis. Tudo isso é uma questão que deveria ter mais atenção. 

Os donos de negócios, empresários no geral, e o poder público, poderiam olhar para nós, ver que a gente que tem qualquer tipo de necessidade especial também temos o direito de estar presentes em todos os lugares, como qualquer outra pessoa. Não somos diferentes de ninguém.

5- Qual qualidade tu carrega diariamente para lidar com o preconceito, tanto na internet quanto na tua rotina fora das telas?

A qualidade que eu carrego para lidar com preconceito é saber da pessoa que eu sou. Infelizmente a internet tem muito preconceito. A gente vê ataques a todo momento a vários influenciadores e eu acho que é essencial saber filtrar as coisas boas. Tento não ligar para as coisas ruins. É importante saber da pessoa que você é, o quanto você é maravilhoso e que não depende da opinião de ninguém. Acredito que essas pessoas, os haters, só querem nos atingir, nos atacar e nos deixar mal. 

Então, é importante saber filtrar os comentários positivos e negativos, levar para o coração apenas o que vai me agregar e não dar importância para o que as pessoas pensam sobre a minha aparência. Isso fala muito mais sobre elas do que sobre nós. O importante é sabermos das nossas qualidades e termos convicção de quem realmente somos.

5- De que forma tu busca inspirar as pessoas?

Eu busco inspirar as pessoas por todo lado, mostrar que as pessoas podem e devem se amar, se cuidar e se aceitar da maneira que são. Apesar das dificuldades, é preciso viver a vida com mais leveza, tentar ver sempre o lado bom da vida. Tento inspirar as pessoas por meio do autocuidado, focar apenas em si mesma e tentar ir sempre além do que acreditamos, não se limitando à crenças capacitistas.

6- O que tu espera da tua participação na Gramado Summit 2023? De que forma tu espera impactar as pessoas que assistirem a tua palestra?

Sobre a Gramado Summit, eu posso dizer que estou muito animada para a minha participação e eu realmente espero impactar as pessoas inspirando elas de alguma forma. De uma forma positiva. Quero sair da palestra sabendo que por meio da minha história, consegui inspirar alguém, mesmo que seja por apenas uma palavra, ou todo o discurso. Espero que o público que vai ao evento consiga enxergar dentro de si mesmo, e ver as suas potencialidades e do que são capazes de fazer.

7- De que forma a agência Gaiah te ajudou durante a tua jornada no ambiente digital? Como tu observa a importância de uma agência que seja especializada em diversidade e inclusão para o mercado publicitário?

A Gaiah me ajudou muito na minha jornada na internet. Sempre falo que eles são meu braço direito, porque eles me ajudam sempre com tudo, me dão todo o suporte possível. Eles foram responsáveis pela minha evolução profissional e eu sou muito grata a eles por tudo. Também sou grata por me fazerem enxergar o quanto eu sou incrível e o quanto eu posso alcançar lugares que eu nunca imaginei. Sou extremamente grata por todo o suporte da agência.

Ter uma agência com foco em diversidade e inclusão é fundamental para atingir os diferentes públicos, e principalmente um público como o meu. Quando eu comecei, não via no mercado publicitário uma agência que tinha uma pessoa PCD no time, ou uma agência com foco em pessoas como nós, com necessidades específicas que queriam estar presentes na internet. Então, afirmo que fazer parte hoje de uma agência como a Gaiah, com uma diversidade tão grande, é muito gratificante. Além das pessoas poderem se inspirar na minha trajetória, podem me ver como referência, de uma mulher PCD e negra que conseguiu alcançar lugares incríveis.

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