Projeto quer estimular a criação e qualificação de negócios de bioeconomia e fortalecer o ecossistema de inovação e impacto na região amazônica

30/5/23
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Publicado por 
Redação Start

A Plataforma Jornada Amazônia reúne programas e mecanismos para promover a competitividade econômica da floresta em pé, e tem como financiadores o Fundo Vale, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander

Foto: Divulgação - Plataforma Jornada Amazônia
Foto: Divulgação - Plataforma Jornada Amazônia

Com o objetivo de investir na bioeconomia para gerar escala e competitividade de negócios na região amazônica, a Plataforma Jornada Amazônia apresenta uma série de programas e mecanismos para fomentar o ecossistema de empreendedorismo, garantir a manutenção da floresta em pé e gerar renda para as comunidades locais. O projeto prevê, até 2025, a mobilização de mais de 20 mil talentos empreendedores, a criação de pelo menos 200 startups de impacto, e a qualificação de cerca de 100 empresas.

Criada pela Fundação CERTI, dentro da iniciativa Jornada Amazônia, a Plataforma prevê, ainda, o desenvolvimento de um modelo de parceria com pelo menos dez indústrias, que atuarão como clientes, codesenvolvedores ou coinvestidores, impulsionando cadeias florestais sustentáveis; e o fortalecimento de pelo menos dez mecanismos estratégicos locais para impulsionar o ecossistema de empreendedorismo inovador na região. O projeto tem como financiadores o Fundo Vale, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.

"A bioeconomia é um caminho viável e promissor para o desenvolvimento econômico da região amazônica, aliado à conservação da floresta em pé, sendo uma grande oportunidade para os amazônidas, que já estão no lugar certo e agora no momento certo, uma vez que a Amazônia está no centro das discussões no mundo", pontua Marcos Da-Ré, diretor de Economia Verde da Fundação CERTI.

Programas abordam diferentes etapas do desenvolvimento de ideias inovadoras

Para estimular o ecossistema de empreendedorismo necessário ao impulsionamento da bioeconomia na Amazônia, a Plataforma estruturou três programas principais. O primeiro deles é o Gênese, que corresponde ao início da jornada empreendedora, etapa batizada de "Ativação": o programa pretende despertar jovens talentos empreendedores e estimular a pesquisa orientada a produtos e processos de impacto para a Amazônia Legal. Podem participar jovens estudantes, acadêmicos e pesquisadores, maiores de 18 anos, residentes nos nove estados da região. O Gênese utiliza um ambiente virtual de aprendizagem com conteúdos interativos síncronos e assíncronos, que passam por realidade virtual, videoaulas, podcasts e lives. Os participantes mais engajados são convidados a vivenciar a Jornada do Empreendedorismo, por meio de um Game de Educação Empreendedora que simula a experiência desde a concepção até a escala de um negócio de impacto. No final, participantes que se destacam fazem uma viagem de imersão para conhecer um Ecossistema de Inovação referência no Brasil.

Ao longo dos próximos três anos, serão realizadas dez edições do Gênese, todas virtualmente, cada uma com um mês de duração - a meta é ter cerca de 20 mil inscritos no programa ao final desse período, chegando a pelo menos três mil participantes capacitados. As inscrições para a segunda edição do ano do Programa Gênese estão abertas.

A próxima etapa da jornada empreendedora é a "Originação" do negócio, foco do programa Sinapse da Bioeconomia, que terá uma edição por ano ao longo dos três próximos anos - as  inscrições para a edição 2023 abrem em maio. Cerca de 70 novos negócios ou projetos (todos com CNPJ na região da Amazônia Legal) serão selecionados para um programa de pré-incubação, que vai oferecer incentivos para que empreendedores iniciantes transformem suas pesquisas e ideias em produtos e processos inovadores. Além de treinamentos, conexões e mentorias, os participantes recebem suporte e capacitações durante seis meses para abertura da empresa, aperfeiçoamento do produto e suporte para o contato com clientes e investidores. Até 2025, a previsão é que cerca de 200 startups sejam criadas por meio do Sinapse. As inscrições para a edição deste ano do programa estão abertas.

Por fim, o programa Sinergia mira a etapa de "Evolução", quando a empresa já está no mercado e buscando se desenvolver continuamente: a meta é criar ligações de valor entre empresas já existentes, desde startups a grandes indústrias, em um esforço para melhorar as condições de performance dos negócios. No Sinergia, especialistas da Plataforma Jornada Amazônia trabalham para entender cada negócio e suas necessidades e identificar oportunidades de conexões estratégicas com o mercado, numa metodologia de "startup-centered design". Até o final de 2025, pelo menos 100 startups devem ser fortalecidas pelo programa. Além disso, as 30 startups mais promissoras poderão receber investimento com smart money.

“Nossa visão é despertar talentos para o empreendedorismo e inovação, além de qualificar e conectar negócios de impacto com a indústria para gerar competitividade aos setores ligados às cadeias produtivas da floresta”, explica Marcos Da-ré, sobre o objetivo da Plataforma. “Em outras palavras, unir talentos e conhecimento ao mercado e investimentos, gerando valor compartilhado e impacto positivo para a floresta amazônica."

A Jornada Amazônia

A Jornada Amazônia é uma iniciativa criada pela Fundação CERTI a partir do mapeamento de organizações e mecanismos de apoio ao desenvolvimento do ecossistema da região. A Jornada surgiu em 2018, com uma primeira fase de mapeamento de atores e iniciativas na região, avançando em 2020 para uma fase de prototipagem de soluções para suprir as lacunas identificadas no ecossistema de inovação. A partir de estudos e pesquisas realizados pela CERTI, uma das principais limitações identificadas ao desenvolvimento das cadeias de valor da floresta é a ausência ou má qualidade de conexão entre os atores da base e o mercado e um pipeline pouco robusto de negócios inovadores da bioeconomia.

Com o objetivo de contribuir para a superação desses desafios, a Jornada Amazônia se propõe a ganhar escala ao longo dos próximos três anos, tendo a Plataforma Jornada Amazônia como um de seus principais projetos. A iniciativa tem coparticipação e investimentos de Bradesco, Fundo Vale, Itaú Unibanco e Santander.

A CERTI foi criada em 1984 para promover ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo, e é uma das protagonistas na criação de diversos mecanismos e ambientes bem-sucedidos de empreendedorismo inovador. A Fundação criou e vem implementando a Jornada Amazônia a partir de uma atuação de mais de 20 anos na região, por meio do Instituto CERTI Amazônia, correalizador da iniciativa; tendo se dedicado, nos últimos quatro anos, a estudar e interagir com o ecossistema de inovação local.

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