Quem são os vilões do ESG?

2/12/22
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Publicado por 
Redação Start

Alguns empreendedores se reuniram para tratar do assunto que tem afetado tanto os setores de Governança, Social e de Sustentabilidade

Com o avanço da agenda ESG, e o claro posicionamento do consumidor de hoje, que não aceita mais empresas sem responsabilidade, seja ela social, ambiental ou de governança, alguns negócios tentam mascarar suas agendas, com a ajuda de um marketing sem substância, para não perder esse público. É nesse momento que acontece o greenwashing, conceito que se refere a empresas, indústrias, organizações e governos que querem nadar na onda verde, mas sem se importarem, de fato, com as ações sustentáveis. Trata-se, portanto, da falta de comprometimento e credibilidade que se reflete no mercado.

Durante o 1º Congresso Internacional de ESG, promovido em setembro deste ano pelo Ibrawork, hub de inovação aberta, convidados falaram sobre tendências de sustentabilidade, governança e desenvolvimento social, colocando a cidade de São Paulo como exemplo de transformação. Durante a palestra ‘Tendências na implementação de ESG nas cidades’, Paula Packer, head do Environment Embrapa, abordou a dificuldade de implementação da agenda ESG na atualidade. Ela acredita que trata-se de um trabalho árduo que só deve funcionar no futuro, desde que comece a ser estabelecido desde já. “ESG é uma construção que demora, é um olhar de igualdade, de gênero e de inclusão. Temos muito a conectar, como cidades, campos, empresas e integrar tudo isso, que será o nosso futuro. Dessa maneira, teremos que caminhar juntos para encontrar essa conexão”, completou.

"Mais importante do que comunicar é comprovar, de fato, suas iniciativas ESG", complementa Douglas Nicolau, CEO da Incentiv.me. Acelerada pelo InovAtiva Brasil em 2017, é uma startup de inovação tributária que conecta o ecossistema de leis de incentivo fiscal, oferecendo produtos e serviços para patrocinadores, incentivadores, proponentes e toda a sociedade. O profissional alerta para a comunicação manipuladora de algumas empresas no âmbito ESG, que demonstra apenas métricas e indicadores em que a companhia está indo bem e oculta aquilo que não faz de uma forma tão positiva. Como solução, a taxtech desenvolveu a Monitore.Social, que facilita a jornada de governança e de monitoramento de todas as iniciativas das empresas para que todas as suas métricas possam ser devidamente analisadas.

Tornar os critérios de sustentabilidade intrínsecos à rotina da empresa tornou-se lucrativo nos últimos anos, principalmente com a alta da agenda ESG, ao passo que esta preocupação mundial com o desequilíbrio ambiental proporciona valor de mercado. Para Nicolaos Theodorakis, fundador e CEO da Noah, startup que oferece soluções tecnológicas para a construção civil a partir da madeira engenheirada, sustentabilidade tornou-se palavra de ordem no mundo e empresas que possuem ações sustentáveis estão à frente da concorrência, há apenas um ressalva: investir em empresas, fundos ou índices associados à agenda ESG não trata-se de caridade. "Quando associamos um projeto global de conformidade a uma boa ação ou propagamos falsos discursos sobre possíveis soluções de impacto ambiental que não existem e não são adotadas, minimizamos a consciência de que estas mudanças são obrigatórias e que trazem, de fato, retornos financeiros sólidos e consistentes a longo prazo”, complementa.

Esta sustentabilidade fake custa caro, ao passo que envolve perda de reputação e financeira, além de envolver questões judiciais. "Diante desta pressão do mundo digital, muitas empresas comunicam o projeto antes mesmo de colocá-lo em prática e, com isso, algumas informações indispensáveis, como metas e indicadores, não ficam claras nem para o consumidor final nem para os investidores. Além disso, vale reforçar que quando falamos sobre ESG, não trata-se apenas de um produto que a empresa adquire ou um simples indicador, por exemplo. O verdadeiro ESG está conectado a uma mudança de mentalidade das lideranças que realmente estão preocupadas com as crises climáticas e o desequilíbrio ambiental”, enfatiza Pamela Paz, CEO do Grupo John Richard, detentor das marcas: John Richard, maior empresa de assinatura de móveis para escritórios do Brasil, e Tuim, primeira empresa de móveis residenciais por assinatura no país.

Quando trazemos para o cenário de gestão de resíduos, o baixo índice de reciclagem é considerado um dos vilões do ESG e é um ponto que merece bastante atenção. Para se ter uma ideia, 41% dos resíduos são destinados incorretamente e apenas 3% são reciclados ou reaproveitados. Isto causa mais de 700 acidentes ambientais por ano. Um dos principais fatores que levam a esse baixo índice é a dificuldade das indústrias no controle e gestão de seus resíduos, em especial, sua destinação correta. “A plataforma Vertown dá visibilidade à jornada completa dos resíduos e ainda gera insights para melhoria dos processos. Desta forma, nossos clientes conseguem estar em compliance com os principais indicadores ESG, emitir os MTRs com economia de tempo e esforço e calcular as emissões de CO2 em sua cadeia. É impossível alcançar as metas do Pacto Global sem o uso intensivo de tecnologias como esta”, explica Guiarruda, CEO da Vertown.

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