Saiba a importância da profissionalização do tráfego pago

3/4/24
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Publicado por 
Redação Start

Profissionais que atuam na área destacam pontos necessários para ter resultados eficientes para os seus clientes

Foto: Divulgação
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Reter a atenção de possíveis clientes e, até mesmo, reverter em compras, é uma das maneiras mais assertivas para o sucesso dos negócios. Mas, quando esse processo migra para o ambiente virtual, tudo se torna ainda mais complexo, dependendo de estratégias que tragam um retorno positivo para as empresas. Além de obter a atenção, é necessário que o fluxo de pessoas navegando nas suas páginas seja positivo. Essas estratégias e processos recebem o nome de tráfego pago, algo que ainda é considerado novo no mercado digital, mas muito necessário para quem empreende.

Nesse cenário, existe uma necessidade de profissionalização de quem atua no setor de tráfego pago para obter habilidades e conhecimentos essenciais que um profissional deve possuir.

Felipe Adam, CEO da RocketShip, agência especializada em tráfego pago, compartilha que, por muitos anos, tráfego pago foi e, de certa forma, continua sendo a profissão digital da moda. Com isso, pessoas das mais diferentes áreas entraram nesse mercado procurando uma renda extra, mas sem necessariamente ter muito conhecimento técnico, apenas o suficiente para impressionar aquele empresário mais leigo que quer ajuda do digital para crescer. Segundo ele, a principal questão é que um conjunto de habilidades é necessário para que um gestor de tráfego se torne realmente profissional. Entre elas:

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Afinidade com números: não tem jeito, no tráfego é preciso gostar de números. Saber analisar resultados com confiança e rapidez é essencial, mas não para por aí: é necessário ter a frieza para tomar decisões com base no que os números estão te dizendo e não no que você está sentindo.

Atenção a detalhes: quando se trata do dinheiro dos outros, toda atenção é pouca. Ao colocar uma campanha no ar, o gestor de tráfego deve se atentar a muitos detalhes, que vão desde erros de ortografia até especificações técnicas nas campanhas. Infelizmente, o erro mais comum entre gestores de tráfego iniciantes é, de alguma forma, anunciar para uma audiência errada e gastar o dinheiro do cliente à toa.


Conhecimento do público-alvo: o gestor de tráfego precisa conhecer o público para o qual anunciará, caso contrário não usará todo o potencial do cliente. O profissional não precisa ser um expert naquele assunto, afinal isso é responsabilidade do cliente, mas é importante saber o básico para navegar pelas diferentes possibilidades de anúncio e estratégias do mercado no qual ele atuará.

Escrita: para ser um gestor de tráfego completo, é necessário saber escrever bem. Afinal, pode-se dizer que a função essencial deste profissional é ajudar seus clientes a contar suas histórias. E isso vai além da ortografia, engloba técnicas de copywriting e storytelling.

Boa comunicação: apesar do tráfego ter um aspecto mais técnico, é essencial conseguir levar as ideias ao cliente e entender como ele quer ser comunicado sobre a performance das campanhas. O gestor de tráfego cuidará do dinheiro do seu cliente e deve mostrar o quanto se importa com isso. Uma boa comunicação também é essencial para prospectar, fechar e negociar acordos e contratos com os clientes.

André de Azevedo, gestor de tráfego e CEO da A-Z do Tráfego, alerta sobre a necessidade de responsabilidade de quem for entrar nesse mercado. Ele destaca que se a pessoa entrar pensando na facilidade do mercado por ser digital, ela cairá logo. Quem entra, precisa estar ciente disso. Assim como Felipe, André destaca pontos necessários para atuar no setor. Como:

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Responsabilidade: para lidar com o dinheiro do cliente. 

Organização: para controlar o volume de campanhas, público e anúncios que vai precisar gerenciar em alguns casos.

Boa comunicação: para conversar em grupos com clientes e explicar os números.

Transparência: explicar quando algo não saiu como planejado (um resultado não esperado ou um gasto a mais que não era planejado).

Constância: entender que não é jogo de curto prazo e entrar no mercado exige um comprometimento forte para conseguir resultados.

Ter boa aparência: isso mesmo, aparência também importa. Mas lembre-se: não basta aparecer, precisa SER acima de tudo. Se vista bem e cuide do visual, pois nenhum empresário(a) vai colocar o seu dinheiro nas mãos de uma pessoa desleixada.  

André compartilha ainda que, quando você está comprometido com a linha de chegada e possui todas as habilidades citadas, você não se importa de passar horas a mais na frente da tela para entregar um campanha que foi prometida ao cliente, ou abrir o notebook no meio de um final de semana com a família para resolver um B.O (problema) que apareceu na conta do cliente ou até mesmo levantar mais cedo todos os dias para fazer um curso que vai melhorar sua entrega como gestor. Além disso, ele destaca que o ponto mais importante que vai impactar os resultados é que o profissional precisa AMAR essa profissão, do contrário nada faz sentido.

“A entrega do seu trabalho e preocupação diária precisa ser em melhorar os resultados do seu cliente. Você tem que ser obcecado com isso. Em termos de tendências é algo muito rotineiro no mercado, pois ele é dinâmico - está sempre se atualizando. A cada momento surge um novo tipo de campanha para você testar, uma nova ferramenta de tráfego para você explorar, uma nova segmentação que nunca tinha ouvido falar, um novo modelo de anúncio. Eu mesmo que estou no mercado há mais de seis anos não consegui testar tudo. E eu vou além: diria que esse dinamismo do mercado de tráfego é o que mais me motiva a acordar todos os dias com "sangue nos olhos". E para se manterem atualizados, os profissionais precisam estar atentos e estudando onde se sentem mais confortáveis: seja YouTube com vídeos longos, seja um blog com texto longos, seja reels com vídeos curtos. O mais importante é ter uma rotina de estudos”, comenta.

Felipe complementa que o maior desafio enfrentado pelos profissionais da área é o comercial. Segundo ele, o gestor de tráfego tem, via de regra, um perfil mais introspectivo, analítico e técnico que vai contra o que se espera de um closer, ou seja, alguém que fecha clientes para viver. Por esse motivo, ele aponta que é muito difícil navegar entre habilidades tão diferentes e, mesmo quando o gestor de tráfego consegue fechar negócio com um cliente interessante, a prospecção de outros profissionais não para, o que às vezes até o tira do projeto.

“O que acontece é que um profissional com mais habilidade comercial consegue vender melhor "seu peixe" e, com isso, fechar clientes que um profissional mais técnico não consegue, muitas vezes até convencendo a empresa a trocar seu gestor de tráfego por ele, isso é muito ruim para o cliente final, mas acontece bastante. Por isso a habilidade de se comunicar bem e de saber negociar é tão importante”, afirma.

Além de questões comerciais, Felipe compartilha que as especializações são essenciais para quem atua no setor. Cursos e certificações sem dúvida diferenciam os profissionais mais qualificados dos mais iniciantes e, sem sombra de dúvidas, devem ser o foco de quem está começando na profissão. 

Ambos os profissionais compartilham quais são as melhores práticas para a otimização de campanhas de tráfego pago, e que as otimizações acontecem a partir de boas análises e de uma compreensão profunda do que realmente está acontecendo na(s) campanha(s) e no funil de vendas como um todo. 

Segundo Felipe, estudar e se aprofundar nos números, mas quanto mais tempo e dinheiro um gestor de tráfego tiver investido na sua carreira, melhor ele será em otimizar campanhas, que são o grande segredo de um tráfego pago bem feito. Além disso, ele aponta que uma boa prática é não sair mexendo na campanha como um todo. A menos que as métricas estejam totalmente fora de controle e que, com isso, você tenha que recomeçar tudo do zero, sempre existirá um grupo controle e um grupo experimental.

“O grupo controle mantém o que já vem sendo feito, em maior proporção, e o grupo experimental é utilizado para testar novos fatores. As plataformas disponibilizam ferramentas para este fim. Também é importante que você não altere diversos aspectos simultaneamente, caso contrário não saberá o que exatamente funcionou. Agora entrando na otimização em si, podemos dizer que em primeiro lugar, o gestor de tráfego deve entender quais métricas estão sob o seu controle. O CPM, por exemplo, é importante e diretamente proporcional ao resultado, mas pouco otimizável. Não entraremos neste aspecto aqui”, ressalta.

Já André destaca que dentro do gerenciador de campanha, a direção mais assertiva é ter uma planilha para controle das suas campanhas e divisão de verba em cada uma delas, um controle dos testes que você for fazendo ao longo do caminho (objetivos, públicos, anúncios, modelos de campanhas) e utilizar uma ferramenta de gestão de projetos (usamos na agência o Monday).

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