Vistos e Cidadanias: especialistas apontam a importância da assessoria nesse processo

30/11/23
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Redação Start

Além disso, pessoas que buscam o sonho de emitir o visto americano e a cidadania, compartilham como passaram por cada etapa até conseguirem os documentos necessários para viajar ou permanecer em países estrangeiros

Foto: Unsplash
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Fazer uma viagem internacional requer muitos processos e cuidados que devem ser levados em consideração na hora de planejar a ida a um novo destino: emissão de passaportes, bilhetes aéreos, hospedagem, transfers e passeios. Mas, além dos serviços essenciais para realizar uma viagem, existem lugares que vão muito além, exigindo passaporte, em caso de viagens internacionais, e vistos, documento que permite que estrangeiros possam transitar dentro do território do país de destino por um determinado período. 

O processo para tirar um visto é, dependendo do país, algo simples, mas quando se trata do visto americano, se torna complexo, demorado e até mesmo assombroso para a maioria das pessoas. É nesse momento em que as assessorias surgem, aliando experiência e conhecimento de área para tornar essa importante etapa mais simples e menos burocrática. 

A empreendedora Stephanie Brito, que atua como assessora de vistos internacionais na empresa SB Assessoria de Vistos, compartilha que a presença de uma assessoria nesse processo consiste no auxílio com a expertise que ela proporciona. Segundo ela, a equipe especializada está familiarizada com os requisitos, evitando erros que poderiam levar à rejeição do pedido. Além disso, Stephanie ressalta que a assessoria oferece suporte contínuo, esclarecendo dúvidas e auxiliando em cada etapa do procedimento.

Foto: Israel Paluch
“A SB VISTOS é uma empresa especializada em visto e cidadania para os Estados Unidos, ela atua  como intermediária no complexo processo burocrático. Nossa empresa oferece suporte desde a orientação sobre os requisitos até a coleta e revisão de documentos, proporcionando uma abordagem especializada que aumenta a eficiência e a probabilidade de sucesso no processo. Entre os principais erros cometidos na hora de dar entrada no visto estão a apresentação de informações incorretas, documentos incompletos, falta de atenção aos detalhes e não cumprimento dos prazos estipulados pelas autoridades consulares”, comenta.

Ela explica que para solicitar o visto são necessários alguns documentos, mas que podem variar dependendo do tipo e do país de destino. Geralmente, incluem passaporte válido, formulários preenchidos, fotos recentes, comprovantes financeiros, carta convite (se aplicável) e outros documentos específicos relacionados ao propósito da viagem. Stephania aponta ainda que muitas negativas de visto ocorrem devido à falta de documentação adequada, histórico migratório problemático, inconsistências nas informações fornecidas ou suspeitas sobre as verdadeiras intenções do solicitante.

Por isso, ela busca atuar com a clareza de informações nas aplicações de seus clientes, para que os mesmos consigam ser objetivos na apresentação de documentos, que devem condizer com as informações apresentadas no momento da entrevista para emitir o documento. Toda essa etapa demanda tempo e atenção aos erros. Em geral, Stephanie afirma que o processo pode levar de algumas semanas a meses, sendo crucial iniciar a solicitação com antecedência independente do tipo de visto, seja ele de turismo, estudantil ou de trabalho.

“O processo para adquirir vistos de turismo, estudante e trabalho envolve diferenças nas exigências documentais e nos critérios de elegibilidade. Além desses, existem outros tipos de vistos, como de investidor, familiar, entre outros, cada um com requisitos específicos e finalidades distintas no contexto migratório”, esclarece Stephanie.

Falando sobre as dificuldades do processo e sobre como enfrentou  a emissão do visto americano, a influenciadora Bárbara Azevedo compartilha que, após uma longa jornada de tentativas conseguiu estabilizar suas estratégias e finalmente conseguir a emissão do documento. Bárbara passou por três tentativas ao todo. A primeira em 2019, quando foi orientada por um amigo e uma agência de viagens. Nesse processo, houveram inúmeros erros cometidos, pois a influenciadora não era alguém que passava segurança para os entrevistadores, o que acontece com frequência nesse momento.

Foto: @fotografodecrossfit
“Naquela época não tinha a minha empresa aberta, tinha vendido o carro, estava morando em São Paulo e a empresa de viagens não conseguiu captar essa segurança. Havia uma certa vulnerabilidade na hora de construir o formulário DS. Tu não pode editar esse formulário, e eu editei umas duas a três vezes, algo que a agência não me orientou a fazer. A segunda vez eu paguei de novo uma agência de viagens, uma empresa  bem mais conhecida, por sinal. Então eu expliquei pra eles que tinha muita insegurança, porque já tinha sido negada e não foi legal. Depois percebi que, em ambas as agências, eles não se sentirem interessados em saber da minha história, saber quem é a Bárbara, sabe? Para poder transmitir isso com segurança”, comenta. 

Na terceira tentativa, Bárbara compartilha que buscou uma agência especializada em vistos, a Visto Blumenau. Foi nesse momento em que ela percebeu todos os erros que as outras agências haviam cometido, que por ser uma influenciadora, não demonstrava ter vínculos com o país, o que não dava segurança à emissão do documento. Outro fato que a influenciadora notou, é que, em todas as suas entrevistas, foram perguntadas exatamente as mesmas coisas que estavam preenchidas no formulário.

“Nas duas primeiras vezes eu cheguei a achar que eu não estava sendo clara, até pensei assim: “poxa, estão me fazendo de trouxa”.Perguntam novamente pra realmente ver se você não se contradiz e, por isso, é muito importante que a tua DS esteja bem clara e bem preenchida, porque eles não podem achar que você está inventando história. Então, quando eles refizerem as perguntas, responda exatamente aquilo que você respondeu no formulário. Vou dar um exemplo, falei que tenho uma empresa de marketing porque hoje trabalho com influência digital, então, eu sou MEI, né? Eles me perguntaram se eu tenho funcionários e eu falei que não. Quando eles refizeram essa pergunta, eu expliquei isso. Eu não tenho necessidade de ter funcionários, porque como sou influenciadora, apenas eu trabalho. Então, seja apenas um pouco mais clara e tá tudo certo”, acrescenta Bárbara.

Bárbara explica que a assessoria nesse momento é essencial, pois a empresa que te atende deve se preocupar em passar a tua história para o formulário, entender os teus objetivos e de uma maneira clara, transmitir isso para os entrevistadores. Segundo ela, não é só mais negócio para preencher uma documentação, e sim, agir como a Vistos Blumenau e outras assessorias especializadas agem com seus clientes. Em 2023, na sua terceira tentativa, Bárbara finalmente conseguiu a emissão do visto americano, para conhecer os lugares que sempre sonhou, como a Disney, os parques da Universal, Nova York, o Monte Rushmore e o tão sonhado Crossfit Games, maior competição de crossfit do mundo.

O lado da cidadania estrangeira

Diferente dos vistos, mas não menos burocráticos, os processos de cidadania estrangeira podem ser ainda mais complexos. Por esse motivo, existem assessorias especializadas para ajudar os descendentes de estrangeiros a conseguir a sua cidadania. A Cidadania4U, empresa que atua para unir tecnologia e conhecimentos necessários para ajudar os clientes a alcançarem a cidadania europeia, reuniu especialistas de diversas áreas em busca de garantir um serviço rápido, transparente e confiável.

Segundo Rafael Gianesini, CEO e cofundador da startup,a Cidadania4U atua por meio de um método 4E, uma metodologia adaptada para o nicho de cidadania. As etapas consistem em entender que cada processo é único e tem etapas particulares; estruturar a árvore do processo para otimização das etapas; executar as informações e processos obtidos na plataforma, que divide as tarefas para cada especialista; entrega o processo completo para o cliente, sem que ele precise se preocupar com retificações e afins. Ele explica que cada etapa do processo é aplicada na ferramenta, onde são executadas simultaneamente e o cliente pode acompanhar todo o processo.

Foto: Divulgação - Cidadania4U


Caso o indivíduo queira a cidadania, mas não tem acesso ou não sabe a nacionalidade de seus parentes distantes, Rafael compartilha que, no caso da cidadania italiana, por exemplo, tem direito todo aquele que for descendente de um italiano. Ele aponta que a cidadania italiana pode ser pleiteada nos seguintes casos:

Cidadania italiana por descendência

É preciso fazer uma retrospectiva da árvore genealógica, de preferência dos dois lados da família”.

Cidadania italiana por casamento

“É preciso estar casado com um italiano por no mínimo três  anos, se não houver filhos. Caso existam filhos dessa união, esse tempo reduz para um ano e meio de casados. Antes de solicitar o reconhecimento é necessário que o requerente tenha um certificado de proficiência no italiano de nível B1, intermediário, no mínimo”. 

Cidadania italiana por residência em território italiano

“Com a Lei Italiana de Naturalização, é possível que um estrangeiro se torne cidadão italiano por tempo de residência. Esse direito só é concedido àqueles que já são cidadãos europeus e possuem residência fixa na Itália por ao menos dois  anos; estrangeiros fora da União Europeia que mantém residência fixa por no mínimo 10 anos; e pessoas que serviram o estado italiano, apátridas, refugiados ou filhos adotados por italianos que tenham mais de 18 anos e 5 anos de residência na Itália”.

Cidadania italiana de nascimento no território italiano (ius solis)

“Existem dois tipos de cidadania, a originária e a atribuída, ou seja, naturalização. Não há distinção nos direitos recebidos por ambas. Em alguns casos, a cidadania dada pelo processo de naturalização não permite ao naturalizado o direito de transmitir essa cidadania aos seus filhos e assim por diante. É aí que a cidadania italiana por nascimento em território italiano entra. Com essa abertura na Lei Italiana de Nacionalidade é possível que os filhos desses indivíduos naturalizados tenham o direito de reconhecer sua dupla cidadania italiana. Ela também se aplica aqueles que são filhos de pais desconhecidos e que tenham sido abandonados em território italiano, não sendo possível comprovar sua cidadania de origem”. 

Cidadania por méritos e leis especiais

“Para a cidadania italiana por mérito, quem garante esse direito é o próprio Presidente do país. Isso ocorre através da requisição de órgãos, servindo como uma forma de reconhecer o esforço do estrangeiro. Já a cidadania italiana por leis especiais se refere a exatamente isso: leis especiais. Assim como os cidadãos e seus descendentes que viveram no Império Austro-Húngaro, os beneficiários do Tratado de Paris e descendentes do Tratado de Osimo, assinado em 1975, possuem direito à cidadania italiana”.

Mariane Teixeira Francesconi, cofundadora e analista de procedimentos Dante Cidadania Italiana, compartilha que a empresa atua de modo a auxiliar os ítalo-descendentes a obterem o reconhecimento da Cidadania Italiana de forma rápida e legível. Ela esclarece que esse processo vai além de um visto de permanência ou apenas de trabalho, mas traz a possibilidade de morar, estudar e trabalhar nos 27 países da união europeia e obter todos os benefícios de um cidadão europeu em cada cantinho do mundo. 

A Dante foi fundada por dois brasileiros apaixonados pela Itália, tradutores juramentados e genealogistas. Mariana ressalta que quando o cliente contrata Dante, contrata segurança e tranquilidade, deixando a burocracia para a empresa. A Dante surgiu com o propósito de proporcionar ao cliente um atendimento completo com gentileza, empatia e cuidado, oferecendo até mesmo o suporte psicológico, para entender a transformação de mudar para outro país. 

A empresa conta com um time de quatro genealogistas e três consultores jurídicos, para auxiliar no processo de verificação muito antes do fechamento de contrato a possibilidade da obtenção e autenticidade da transmissão da cidadania italiana. Qualquer pessoa que tenha ascendente italiano (ao qual não seja da região do Trentino-Alto-Adige) pode reconhecer o seu direito de sangue por meio dos processos Judiciais ou Administrativos. A partir disso, a empresa monta o relatório genealógico e encaminha ao cliente sem custos. Após a certificação de ambos os lados, a empresa segue com a materialização das certidões, bem como traduções e apostilamentos de Haia.

Foto:  Veritae.cc
“Hoje a possibilidade de reconhecer a cidadania italiana é uma realidade para muitas pessoas. A cidadania italiana Jure Sanguinis é transmitida a partir do (a) ascendente italiano(a) - nascido na Itália e não existe limite de gerações. Existem algumas exceções e impedimentos as quais precisam ser vistas na montagem do procedimento. O nosso time faz uma verificação rigorosa da linha de transmissão e também das informações contidas nas certidões brasileiras. Retificamos todas as incongruências e todas as averbações necessárias”, comenta Mariane.

Ambas as empresas compartilham que existem inúmeros benefícios para quem possui dupla cidadania, principalmente quando se trata da cidadania italiana. Atualmente, o passaporte italiano juntamente com o alemão são os mais poderosos do mundo, permitindo a entrada em 190 países. Segundo Mariane, o brasileiro reconhecido italiano pode residir nos 27 países da União Europeia, obter os vistos para a Austrália e Nova Zelândia utilizando o Working Holiday Visa. Diferentemente do visto de estudante, ela ressalta que esse tipo de visto permite que o cidadão europeu assuma jornadas de até 40 horas de trabalho semanais. Encontra também muitas facilidades para ingressar na América do Norte e também para viver legalmente nesses países. 

Rafael esclarece que também existem diversos benefícios de ser um cidadão europeu, como a possibilidade de morar e trabalhar em outro país livremente, possuir o próprio imóvel, viajar o mundo de forma mais simples, sem a burocracia exigida. O passaporte italiano isenta o cidadão de responder questionários sobre viagem ou a emissão burocrática do visto de permanência ou turismo. Uma das principais vantagens de reconhecer a cidadania italiana é a viabilidade no acesso à justiça europeia; a candidatura em concursos públicos; abertura de empresas na Itália e Europa, dispensa de vistos especiais para entrar e viver no continente europeu ou ainda estudar por lá. 

Ele informa ainda que, na maioria dos casos, não é necessário abdicar da cidadania brasileira, como ocorre em países como a Holanda, onde é preciso abdicar da cidadania de origem para se declarar um cidadão holandês. Além disso, quem tem dupla cidadania europeia não precisa de visto americano pois o passaporte europeu garante acesso para mais de 180 países. Ambos os empreendedores compartilham que não existe um prazo de renovação para nenhuma cidadania. Em alguns casos, é necessário somente a atualização de documentos para regularizar a vida civil no país, como a atualização de endereço, estado civil, nascimento de filhos, óbitos na família etc.

Mariane aponta que os custos dependem muito dos tipos de processos e também dos emolumentos das certidões. Cada processo é único e tramita de forma diferente. Mas, Rafael esclarece que, no caso da Cidadania Portuguesa, os custos podem variar de 5 a 8 mil, dependendo do nível de proximidade entre o requerente e seu ancestral português. Já a italiana pode variar de 11 a 55 mil, dependendo do processo e do número de requerentes.

Leandro Benincá, educador financeiro que decidiu largar o Brasil com a família para viver na Itália, compartilha como foi o processo para buscar a cidadania italiana. Ela conta que os primeiros contatos com agências foram frustrantes, pois a maioria das empresas inventavam narrativas para forçar que o processo fosse feito pelas vias deles, denegrindo a via que eles não trabalham ou feitas por outras agências. Segundo ele, as empresas  especializadas na via judicial diziam que: “via administrativa é furada! Não recomendamos!” e vice-versa. Mas, por ele, a via administrativa, que é quando você vai à Itália fazer o processo, era o meio que ele gostaria de buscar a cidadania. Foi nesse momento em que Benincá encontrou a Dante, onde se sentiu mais à vontade para escolher a via processual que me deixasse mais confortável, sem nenhum tipo de pressão. 

Foto: @lebeninca 
“Basicamente, busquei a parte “brasileira” da minha árvore genealógica, até chegar no meu antepassado nascido na Itália. A Dante também oferece este processo. Caso a pessoa não saiba onde estão os documentos, eles fazem toda a busca nos cartórios. Mas, no meu caso, a família toda tem registros bem claros dos antepassados, sabíamos nomes completos, cartórios e detalhes sobre cada um deles. Aí, foi só solicitar aos cartórios os registros de nascimento, casamento e óbito de cada um dos meus antepassados, até chegar no meu trisavô, que nasceu na Itália mas casou-se e faleceu no Brasil. Depois, a própria Dante se encarregou da certidão de nascimento dele na Itália, e fez toda a documentação legal para a minha mudança para a Itália”, explica Benincá.

Ele explica ainda que o seu tipo de processo é feito a partir do estabelecimento da sua residência na Itália. Mariane aponta que, para obter a cidadania italiana de forma administrativa, ou seja, feita presencialmente na Itália, o cidadão deve estar obrigatoriamente inscrito como residente no Comune. O Vigile Urbano (polícia municipal) é de extrema importância nesse processo. É ele quem verifica se o imóvel é adequado, se a casa está nos parâmetros corretos. Essa visita acontece também para italianos, é uma prática do país para a conferência de residências. Por lei, somente é de fato residente aquele que passou 45 dias em território italiano. E, a partir desse momento, o processo de Cidadania segue para os próximos passos. A partir disso, o educador financeiro foi até o país, alugou um imóvel que pertence à própria agência de cidadania e foi até a prefeitura (Comune) para se registrar como morador na Itália, com a orientação e apoio da agência.

“Eles me receberam no aeroporto, me levaram ao supermercado para fazer as primeiras compras, mostraram a cidade e me guiaram a cada etapa necessária de documentação ou dúvidas. Após isso, um policial municipal veio até a minha casa verificar se eu realmente estava morando aqui, se a casa era uma moradia real, com condições reais. E, a partir daí, corre o processo para me reconhecer como cidadão italiano, que pode levar até 90 dias para ser concluído. A lei italiana reconhece como cidadão todo o filho de italianos, não importa o país onde tenha nascido, e é esta a lei que ampara o processo de quem busca se tornar cidadão”, conclui.

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