A tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento sustentável e preservação?

25/1/23
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Publicado por 
Redação Start

Saiba de que forma empresas têm desenvolvido produtos e serviços que impulsionam a indústria aliada ao meio ambiente

Ao longo do anos, situações como os desmatamentos, a poluição e a utilização dos recursos naturais de forma descontrolada têm sido um problema para o meio ambiente. É possível notar que os impactos ambientais gerados pela industrialização e pelo avanço tecnológico em todo o mundo também carregam boa parte da culpa pela degradação. Porém, à medida que esse avanço acontece, surgem novas funcionalidades capazes de otimizar ainda mais os produtos e serviços oferecidos pelas empresas.

Em um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia, os níveis de emissão de CO2 chegaram a 36,3 bilhões de toneladas em 2021. Em comparação com 2020, durante o período de pandemia, os níveis tiveram uma redução de 1,9 bilhões de toneladas devido aos movimentos de lockdown pelo mundo. De acordo com a agência, a economia ainda depende dos combustíveis fósseis para se manter, o que causa uma piora na emissão de poluentes. 

Por outro lado, com as questões ambientais cada vez mais em pauta nas discussões mundiais, muitas empresas surgem para mudar esse cenário, mostrando que a ciência, a tecnologia e o meio ambiente podem andar lado a lado. Investindo em tecnologia sustentável, é possível reduzir os danos causados pelo homem e cuidar do planeta.

Uma matéria publicada pela Exame mostra que a preocupação crescente do mercado em se alinhar com o meio ambiente tem dado mais visibilidade ao termo ESG, uma abreviação em inglês de environmental, social and governance. O termo surgiu ainda em 2004 por meio de uma parceria do Banco Mundial com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de nove países. 

Do ponto de vista econômico, a indústria que segue os padrões da ESG também revela um crescimento em potencial. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), confirmam o fato de que as empresas que seguem os padrões de sustentabilidade, tiveram um aumento considerável de capital nos últimos anos. 

Pensando na redução do uso de recursos e na preservação da floresta amazônica, a Biozer da Amazônia | SIMBIOZE utiliza de produção totalmente sustentável de cosméticos, medicamentos, suplementos alimentares e produtos de saúde. A startup amazonense foi criada pelos empreendedores Domingos Amaral Neto e Danniel Pinheiro, com o propósito de levar saúde e beleza com base em produtos 100% naturais que utilizam ativos da biodiversidade amazônica. 

A startup se destaca por ser referência em bioeconomia e evidencia a importância da produção e o extrativismo local. Além disso, a empresa estabelece uma conexão entre a indústria e a floresta, trabalhando em parceria com municípios do interior, Carauari, Lábrea, Silves, Apuí e Uatumã. A empresa busca estar alinhada com toda a cadeia produtiva da região amazônica, desde os pequenos extrativistas até o produto final comercializado.

O CEO e co-fundador da startup, Danniel Pinheiro, fala sobre a importância de entender todo o sistema no qual estão inseridos, como as dificuldades logísticas dentro da região amazônica. Essa conexão de indústria e extrativista facilita e fomenta o mercado, além de mostrar a importância do elo da empresa com a floresta. Direta e indiretamente, Danniel acredita que a Biozer ajuda a manter a floresta em pé, com o desenvolvimento de novas alternativas econômicas.

“Todos os nossos desenvolvimentos são baseados em um processo de pesquisa e inovação, para levar ao mercado produtos inéditos, inovadores e que utilizam os bioativos da região amazônica como fator de competitividade. Além disso, elevar o valor agregado nos produtos sendo fabricados que saem de dentro da região com produtos que geram impacto positivo socioeconômico em todos os pontos da cadeia produtiva”, fala Danniel.

O destaque da Biozer é tão significativo para o mercado, que Danniel Pinheiro foi citado na lista Forbes Under 30, na categoria Indústria e Empreendedorismo representando a startup. A notoriedade é fruto de uma parceria de grande valor que contribui para o desenvolvimento da empresa e a importância do trabalho. 

Do ponto de vista da startup AKVO ESG, que oferece serviços de compensação de carbono para empresas, a tecnologia é a principal aliada das empresas do futuro, visto que as discussões ambientais estão cada vez mais fortes. A plataforma AKVO nasceu com o propósito de incluir empresas e eventos na jornada da sustentabilidade, buscando desenvolver ferramentas simples que transformam a rotina de clientes oferecendo baixo carbono. 

A startup nasceu como um spin-off da empresa FAU Agricultura e Meio Ambiente, que trabalha com soluções de planejamento ambiental, produção agropecuária e sustentabilidade, e atua em todo o território nacional. Os serviços da AKVO surgiram para tornar os processos mais sustentáveis, eficientes e ágeis, levando transparência para os clientes.

Para Francine Cenzi De Ré, supervisora de sustentabilidade da AKVO ESG, a relevância da sigla ESG para o mercado prova que ser sustentável já não é mais um diferencial entre as empresas e sim uma necessidade. Ela afirma ainda que, para atender os desafios dessa nova era dos negócios, é preciso potencializar a gestão da sustentabilidade. 

A empresa que contratar os serviços da AKVO tem a chance de fazer a gestão de emissões de gases do efeito estufa, estabelecendo estratégias e metas. A plataforma permite que a empresa contratante possa compensar a emissão de poluentes com a aquisição de créditos de carbono certificados. Além do planejamento e planos de ação para ajudar na redução dos gases, a empresa apoia projetos de impacto social e ambiental.

“A contabilização das emissões de gases efeito estufa permite que a empresa/evento assuma compromissos e ações viabilizando a redução e, quando isso não for possível, priorizar a compensação dessas emissões. Um dos principais motivos de crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas. Dados do último relatório do IPCC sugerem que devemos agir de maneira contundente para reduzir a emissão de gases”, conclui Francine.

Para medir os níveis de carbono emitidos pelas empresas, a plataforma atua em três etapas, a primeira é o inventário de gases do efeito estufa. A segunda, a gestão de emissões, metas e planos de ação. A terceira etapa é a compensação, redução e certificação da empresa. Segundo Francine, se as empresas estiverem cada vez mais alinhadas com a sustentabilidade e preservação por meio da redução de emissão de gases, o planeta pode chegar ao marco de carbono zero até 2050.

Outra startup que segue o ideal de sustentabilidade é a Vertown, empresa de consultoria ambiental que oferece uma plataforma de software para ajudar na redução e descarte de resíduos. A startup nasceu a partir do desejo dos engenheiros de automação, Guiarruda e Guilherme Gusman, que queriam empreender no segmento de ESG. Algo que estava enraizado na história de Guiarruda, pois seu pai trabalhou no setor por mais de 20 anos.

O objetivo da Vertown é inserir as práticas de ESG em empresas, facilitando o processo da redução de resíduos na rotina corporativa. A empresa oferece soluções de dados para orientar os clientes na tomada de decisões que possam melhorar o desempenho ambiental. O processo passa por três tipos de serviços e etapas, o primeiro é o Módulo Gerador. O primeiro módulo atua em gestão ambiental, como documentos necessários de órgãos ambientais, relatórios e controle de tempo real de fornecedores e controle na emissão de CO2.

Outro módulo da plataforma é o Módulo Destinador, que controla o destino de resíduos e os processos junto às instituições ambientais. O último módulo, Módulo de Resíduos, atua como uma forma de conexão entre clientes e fornecedores, que trabalham em parceria para destinar e tratar resíduos de forma sustentável e com o benefício de redução de custos. 

Para Guiarruda, CEO da startup, a tecnologia tem um papel fundamental para o segmento de sustentabilidade e preservação, visto que as discussões sobre o assunto no cenário em que estamos se mostram cada vez mais necessárias. Ele afirma que há uma necessidade de mercado de orientações e decisões assertivas baseadas em dados, o que torna os processos mais ágeis para as empresas em questões ambientais.

“No que diz respeito a reciclagem e reaproveitamento, monitoramos constantemente este índice de todos os nossos clientes, por meio de nosso banco de dados, sendo esta uma das principais métricas de impacto de nossa startup. Além disso, por meio de nosso Mercado Resíduos, auxiliamos as empresas geradoras a encontrar fornecedores que utilizem tecnologias de destinações ambientalmente mais sustentáveis, como a reciclagem”, finaliza Guiarruda.

Por meio dessas tecnologias, é possível transformar e monitorar as emissões de resíduos e gases poluentes. Fazer essa conexão entre indústria e sustentabilidade, além de melhorar as taxas de reaproveitamento, pode reduzir os índices de emissão, tornar o meio ambiente mais saudável para a população e fomentar ainda mais a economia empresarial.

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