Cenário econômico do setor de moda visa movimentação com a chegada da Copa do Mundo
O evento se aproxima, e empresas buscam impulsionar as vendas nesse período

Que a Copa do Mundo é um dos maiores eventos de futebol todos já sabem, mas não é só o esporte que promete trazer um grande agito para o país. O setor econômico também visa lucrar e movimentar os negócios nesse período.
Segundo uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, a edição deste ano garante injetar cerca de R$20,3 bilhões na economia. Aproximadamente 60 milhões de brasileiros têm intenção de fazer compras para o evento.
Com o início marcado para o dia 20 de novembro, já é possível observar nas redes sociais empresas investindo em produtos nas cores da bandeira do país. A movimentação recebeu o nome de ‘Brasil Core’ para chamar a atenção dos torcedores. Dentre essas marcas, temos a empresa paulista Matos Brexó, que tem foco na comercialização de peças que seriam descartadas por pequenas avarias ou por não serem consideradas utilizáveis.
Idealizada em 2019, em Campinas - São Paulo, a empresa tem sentido um aumento na procura por produtos nas cores verde, amarelo e azul. A fundadora da empresa, Ana Carolina Matos, afirma que no último mês cerca de 99% das peças produzidas foram para a copa e que, em média, 150 unidades desses produtos já foram comercializados.
“Foi um combinado de tendências de fora do Brasil, copa e até eleições que, quando juntas com a questão do pertencimento do brasileiro que nos foram tirados, fizeram esse BOOM acontecer. Resgatar a cultura de rua e de realidades periféricas fez com que o verde e amarelo fossem vistos com outros olhos e que pudéssemos dar novos significados”, conclui Ana.
Outra empresa que investiu nessa tendência e tem percebido um grande impacto nas vendas é a Odevy Brechó, fundada em 2018 pela curitibana Fabíola Socoloski, de 19 anos. O negócio cresceu também com a ideia de consumo consciente e reutilização de peças que seriam descartadas, mas que hoje se depara com um aumento nas vendas devido a tendência "Brasil Core".
Fabíola afirma que com toda certeza o que mais tem vendido em sua empresa são peças nas cores verde e amarelo. “O forte para os lados dos brechós é que, junto com o Brasil Core, os anos 2000 estão em alta. Com a minha divulgação por meio das redes sociais, alcanço os jovens que procuram esse estilo de maneira que fique muito longe de cunho político”, finaliza.
A criadora de conteúdo de moda e publicitária, Emanuelle Canielas fala que apesar de não considerar ‘Brasil Core’ como uma tendência, afirma ser um movimento forte com influência da copa do mundo e também impactado por questões políticas no país. “O que a gente tem muito forte é o movimento da copa do mundo, uma coisa normal, a gente vai atrás de coisas do Brasil, uma camisa do Brasil, uma nova camisa lançada, então quanto a isso é normal que a gente veja mais de Brasil na rua, porque realmente a gente é o país do futebol, um país que é movido a isso e que influencia muito as pessoas na moda”, completa Emanuelle.
Com isso, podemos ver que grandes eventos e ainda questões políticas afetam fortemente a economia e as formas de consumo da população, que busca ativamente estar inserida em algum nicho de mercado.