Como as Deep Techs podem estimular o empreendedorismo nas universidades?

8/5/24
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Publicado por 
Redação Start

A Wylinka é uma organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas e promovam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil

Foto: Divulgação
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Dificilmente paramos para pensar de onde vem as soluções mais inovadoras que fazem parte da nossa vida, assim como o processo que elas passam para sair de apenas uma ideia para se tornar a resolução de um problema relevante. Esses processos, muitas vezes, têm sua origem em ambientes acadêmicos, onde há pessoas dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias avançadas, conhecidas como “deep techs”. Muitas vezes, essas inovações abrangem biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial e outras formas capazes de atuar nos mais diversos âmbitos sociais.

Porém, para que essas soluções se desenvolvam e de fato impactem a sociedade, é necessário incentivos, que podem vir de diferentes atores. As universidades, por exemplo, podem estimular seus alunos por meio de investimentos em disciplinas que envolvam inovação, bolsas e incubadoras, facilitando a parceria com investidores.

De acordo com dados do estudo “Deep Tech: The Great Wave of Innovation”, elaborado pelo Boston Consulting Group e Hello Tomorrow, cerca de 1.500 universidades estão envolvidas com as deep techs. Todo esse cenário corrobora com o surgimento de projetos que visam transformar cientistas de universidades de todo o Brasil em empreendedores, como é o caso do Catalisa ICT, iniciativa do Sebrae-BR e o “Acelerando Cientistas”, do Sebrae-SP.

Diante disso, Ana Calçado, uma das fundadoras e diretora-presidente da Wylinka, organização sem fins lucrativos que apoia a transformação do conhecimento científico em soluções que melhoram o dia a dia das pessoas, listou quatro motivos para incentivar ativamente as deep techs nas universidades. Veja a seguir.

Potencial de transformar projetos em soluções globais

Para Ana, é nas universidades que nascem e se desenvolvem ideias disruptivas. Ao buscarem soluções para desafios complexos globais como saúde, meio ambiente e sociedade, as deep techs encontram suas oportunidades no mercado para alavancarem seus projetos. Nesse sentido, os cientistas que ampliam os seus olhares para fora e constroem deep techs vão ter a chance de concretizar a inovação para além do laboratório. Nas universidades podemos encontrar centros de desenvolvimento tecnológico, NITs e agências de inovação, tudo isso fortalece a conexão da produção acadêmica com o mercado, que é essencial para promover a inovação. A união entre os atores internos e externos à universidade é fundamental para tornar os processos mais eficientes e como consequência, as startups recebem mais apoio e investimentos.

Estímulo ao empreendedorismo

De acordo com a diretora-presidente da Wylinka, o olhar do empreendedorismo é o que dá origem às deep techs, pois nele é possível transformar ideias inovadoras em soluções para resolver problemas de alto impacto, sejam elas por meio da criação de startups – em alguns casos, spin offs acadêmicas, ou por meio da transferência daquela tecnologia para outras startups e empresas que podem fazer parceria com a universidade, fortalecendo o ecossistema, sempre com olhar para o mercado para que os trabalhos se sustentem em médio e longo prazos.

Estímulo à ciência

Além do estímulo ao empreendedorismo, a fundadora da Wylinka entende que o estímulo à ciência também é fortalecido, especialmente em um país como o Brasil, reconhecido por sua significativa produção científica. O ranking elaborado pelo professor John P. A. Ioannidis em colaboração com pesquisadores da Universidade Stanford, destaca a presença de 1924 cientistas brasileiros na lista dos pesquisadores com maior impacto global, número que quadruplicou de 2017 a 2022. Esse dado nos mostra a relevância e importância dos nossos cientistas, e como devemos nos atentar aos possíveis novos destaques. Ao ver as soluções aplicadas, os cientistas são incentivados a desenvolverem seus projetos, além de contribuir para elevar o nível da ciência.

Formação de profissionais altamente qualificados

As universidades proporcionam ambientes favoráveis para o desenvolvimento de profissionais qualificados que, para Ana, futuramente serão importantes para o mercado, especialmente nas áreas de tecnologia e inovação. Quando esses profissionais trazem na bagagem a experiência e a mentalidade empreendedora, se tornam ainda mais essenciais para atender às crescentes demandas desses setores, porque estão aptos a contribuir com a evolução e a competitividade do mercado, trazendo soluções criativas e de alto impacto para revolucionar a sociedade.

Sobre a Wylinka - Fundada em 2013, a Wylinka é uma organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas e promovam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil. Por meio de projetos de aceleração e gestão da inovação de base científica, a Wylinka transforma pessoas, negócios, organizações e ecossistemas. Ao todo, já contabiliza mais de 9 mil pessoas capacitadas, 190 instituições apoiadas, 3.222 soluções de base tecnológica, mais de mil tecnologias mapeadas e 3.184 atores e parceiros do ecossistema mobilizados.

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