Confira tendências de estandes 2024

Participar de feiras e eventos é uma oportunidade que vai além das conexões, mas também possibilita colocar a sua marca em evidência e expor suas soluções, produtos ou serviços de maneira única, deixando a experiência diferenciada. Para que a exposição da sua marca seja estratégica, é necessário que a empresa tenha o apoio das chamadas montadoras, ou seja, empresas responsáveis pela organização, montagem e design de estandes. 

Colocar sua identidade visual nas mãos das montadoras carrega uma série de ativos que precisam ser levados em consideração, mas além de propor um bom visual ao estande, estar alinhado com o propósito da marca e uma boa experiência ao visitante, é preciso estar atento às tendências para o segmento, que podem ditar como a sua marca poderá ser vista diante dos visitantes e outros expositores. Falando sobre tendências, a equipe da redação Start conversou com quem se envolve no setor para esclarecer o assunto. 

Álvaro Boeni, proprietário da ProLoja Cenografia, montadora responsável pela montagem de grandes eventos, incluindo a Gramado Summit, afirma que uma das principais tendências para estandes em 2024 são projetos que gerem experiências aos clientes. Como ativo, um visual moderno que apresente a marca, gerando uma percepção ao cliente e como ele quer ser visto, e que mostre os produtos com qualidade e de forma agradável.

Além disso, ele aponta que é necessário ter atenção às cores do cliente, cores de produtos ou que remetem a marca, formatos criativos e modernos com iluminação que gere conforto e mostre o produto de forma mais natural. Outro ativo que ele destaca como essencial e que promete ser uma tendência forte para as construções em eventos são os tamanhos, estandes que transmitem uma certa robustez, valorizando a marca de forma única.

“Destaco que os estandes que geram experiências e aproximam a marca e o produto ao cliente são a principal pedida para este ano e que transmitam a criatividade por parte da montadora, projetistas e da própria marca. Além disso, muitas empresas têm buscado oferecer experiências diferentes, por meio de jogos com interação ao produto/marca. É necessário ainda a criatividade para buscar um diferencial na feira, bem como a necessidade de espaços instagramáveis para gerar experiências, fazendo com que o minimalismo não seja um conceito que entre como tendência”, comenta.

Adotar sustentabilidade para suas produções, apesar de uma necessidade para o meio ambiente, é uma opção que depende do propósito e política da empresa. Apesar disso, Álvaro compartilha que a cada dia isso se torna mais solicitado pelos expositores e até mesmo para as montadoras, visto que o lixo gerado, que não pode ser reciclado, também é um custo importante, e um descarte difícil de ser realizado.

Nesse contexto, Franklin Costa, cofundador do oclb, empresa que propõe uma consultoria especializada em curadoria e planejamento de experiências para eventos, afirma que cada vez mais as empresas serão cobradas por projetos sustentáveis, considerando os impactos no meio ambiente e como o que foi erguido para o evento pode ser reaproveitado. Segundo ele, eventos são projetos temporários e tudo que é planejado ali dentro deve considerar uma vida útil para além do evento. 

“Sustentável não necessariamente tem um custo maior. Pelo contrário, pensada de forma inteligente, pode gerar eficiência e ser usada mais de uma vez (a Heineken e seu projeto Green Your City é um bom case de estudo nesse sentido). Sobre tendências, é importante considerar que para cada tendência, sempre haverá uma contra-tendência (às vezes, até uma contradição, como por exemplo a geração z ser a mais consciente e preocupada com questões ambientais, mas também ser a que mais consome shein e marcas de fast fashion)”, destaca Franklin. 

Ele afirma que existem dois pontos que podem ser tendências, mas que são opostos, como exemplo: estandes fechados, que preservem "o segredo de dentro", são uma tendência. Por outro, estandes abertos, com pontos de descanso, jogos e cafés, também podem ser uma tendência. 

Além disso, ele destaca que, ao invés do projetista ou expositor se preocupar com a cor do ano, a iluminação da vez ou que tipo de estande montar, é recomendado que o cliente, inicialmente, analise o seu objetivo por meio do estande. Por exemplo, se o desafio do cliente é gerar leads, talvez um estande fechado não seja a melhor opção. Ter um ambiente aberto, colorido, atrativo e com muitas experiências são muito mais convidativos e talvez sejam mais eficientes ao propósito do cliente.

“Vi um stand maravilhoso no SXSW Sydney, da companhia aérea Qantas, que era no formato de uma cabine de luxo de avião. As pessoas tinham a experiência do que é ser um passageiro VIP na companhia. O objetivo do stand era exatamente esse: convidar as pessoas a viver essa experiência. Era um stand fechado, mas fazia sentido porque a cabine de um avião também é. A moral aqui é essa: ao invés de seguir uma tendência, siga o briefing. E se o briefing não for claro - quase nunca é - o desafio é justamente provocar o cliente a deixar claro qual é seu objetivo de marca e de negócio tb”, pontua.