Confira tendências de mercado para 2024

25/12/23
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Publicado por 
Redação Start

Confira tendências de mercado para 2024

Foto: Unsplash
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O ano de 2023 está chegando ao fim e com ele surgem uma série de questionamentos a respeito de quais tendências tomarão conta do próximo ano. Quando falamos em tendências, logo vem em mente produtos e serviços que envolvem o universo da moda. Mas, apesar disso, sabemos que as tendências se tratam de tudo aquilo que está ou estará em alta em um futuro próximo, o que pode se encaixar também nos setores da economia e dos negócios. 

Pensando nisso, para contextualizar o tema e trazer um panorama sobre os produtos e serviços que mais atrairão os olhares no ecossistema de inovação, a equipe da redação Start conversou com dois especialistas sobre tendências de mercado. Alcir Cardoso, head de startups do SebraeX, instituição responsável por impulsionar e estimular o ecossistema de startups no sul do Brasil, afirma que 2024 promete ser um ano de consolidação.

Segundo ele, é possível observar que muitas tecnologias habilitadoras estão se mostrando extremamente funcionais e com potencial ainda sem mensuração. Por isso, os segmentos que conseguirem absorver a aplicação dessas tecnologias para diferenciar seus negócios serão os que estarão na frente. Apesar do tema metaverso ter tomado conta de 2022, e inteligência artificial ser um dos assuntos mais comentados de 2023, ainda é possível observar uma certa falta de encontrar as ferramentas agregando de fato valor aos negócios.

“As startups que já fazem uso disso, como o caso da MetaSafe, que realiza treinamentos em altura com uso de VR (realidade virtual), estão na frente permitindo escala nas pessoas impactadas, redução de custos e exposições desnecessárias a riscos, entre outros benefícios estão entregando mais valor nas suas soluções quando comparado ao que já possuímos no mercado. A inovação precisa ser constante, pois ela deixa de ser inovadora com o tempo. Quando todos começam a entregar as mesmas coisas, e a adoção se torna massificada, já não temos mais uma inovação para o mercado”, comenta.

Quando se trata de investimentos, existem diversos mercados que prometem ganhar a atenção de investidores. Com o cenário americano da bolsa, e também as previsões no Brasil, Alcir ressalta que os investidores têm se mostrado criteriosos antes de viabilizar um aporte. Segundo ele, a fase de valuations esticados já passou, o que é normal e cíclico, mas agora o mercado passa por uma fase baixa do mercado, mas isso não significa que não há investimento para boas oportunidades. Diante da escassez de recursos, ele destaca que os empreendedores precisarão mostrar o potencial de impacto e de mercado das suas soluções para alcançar o investimento. 

Por isso, negócios que ainda estão em fase de ideação precisarão de um esforço ainda maior para suprir as necessidades do mercado e enfrentar as dificuldades. Alcir esclarece que soluções que ainda não apresentam um fluxo de caixa dificilmente terão a atenção de fundos de investimento e de investidores-anjo.

Para facilitar esse processo, Alcir destaca alguns pontos que precisam ser levados em consideração nesse momento, em busca de compreender a inovação dentro dos negócios:

- Inovação no negócio - quando se adota uma tecnologia que você ainda não dispunha, mas que vai impactar positivamente sua atividade, mesmo que isso já seja comum no mercado. Por exemplo, se sua loja passar a aceitar pagamentos com pix, pode ser inovador para você, mas para o mercado isso já é algo normal.

- Inovação para o mercado - quando você consegue entregar algo que realmente não existe, impactando clientes de outras marcas. É esse tipo de inovação que vai te diferenciar do mercado. Como fazer ela? Estudar muito as tecnologias emergentes e sempre realizar o exercício "Como eu posso ter isso na minha operação e qual o benefício que isso gera na UX e CX do meu cliente?". É isso que te torna inovador ao ponto de ser reconhecido como quem entrega valor para seu público.

Independente do segmento ou serviço oferecido, o e-commerce ainda é considerado um segmento promissor, mas, antes de tudo, é necessário se diferenciar das demais soluções e plataformas para que consigam de fato obter um retorno positivo. Conforme explica Alcir, a expansão do e-commerce deu origem a diversas plataformas e tecnologias que entregavam características semelhantes, o que nos leva a pensar que o segmento é algo que já passou. Segundo ele, a diferenciação nas entregas é a chave para o sucesso do segmento.

“Olhando pelo lado do lojista, há muita oportunidade, mas não no produto. Qualquer produto hoje é um commoditie que você pode comprar na loja A, B ou C. Cada vez mais a nossa decisão de escolha está em elementos não relacionados ao produto ou ao preço, e sim fatores como o prazo de entrega, benefícios adicionais como assinaturas em serviços como bônus entre outros. Não existem fanboys de lojas, a fidelidade está ligada ao benefício recebido. Por isso UX (user experience) e CX (customer experience) são tão necessários, compreender a jornada do cliente na decisão de compra e alimentar estes fatores, foco na satisfação e não no processo”, comenta Alcir.

Por outro lado, há quem busque se diferenciar atuando no segmento, de maneira que entregue uma solução ainda mais aprofundada para as empresas que buscam oferecer uma experiência única aos clientes. Como exemplo, podemos citar a CRM&BONUS, giftback 100% personalizado criado para fidelizar clientes por meio da recompra. Gustavo Gadotti Duwe, diretor de growth da CRM&BONUS, explica que a principal tendência para 2024 é o Omnichannel 3.0, integrando físico e digital, com o conversational commerce.

Segundo ele, o uso do WhatsApp, especialmente com recursos como o WhatsApp API, permite uma interação mais integrada, profissional e eficaz, melhorando significativamente as taxas de conversão em comparação com e-commerces tradicionais. Essa abordagem unificada visa facilitar a jornada de compra dos clientes.

“​​Na potencialização da experiência do conversational commerce em 2024, é crucial focar nos dados comportamentais, entendendo os movimentos e visualizações dos clientes no e-commerce. Além de dados transacionais do histórico de consumo, compreender o que os clientes buscam em tempo real é essencial para integrar o WhatsApp como um canal relevante. Utilizar tecnologias para conhecer o cliente no digital, acompanhando suas buscas, e interagir no momento certo com mensagens pertinentes no WhatsApp eleva significativamente a experiência e a conversão nos e-commerces”, acrescenta.

Além disso, Gustavo esclarece que é necessário observar a mudança do comportamento do consumidor em relação à fidelização e à experiência de compra. ​​A inteligência artificial também promete ser destaque em 2024, devido a necessidade crucial de varejistas trabalharem com bases de dados relevantes. Ele aponta que reconhecer o cliente no ponto de venda é essencial para aprimorar a experiência do cliente e embarcar soluções de IA. 

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“Em um caso recente, de uma marca masculina mineira com mais de 30 lojas e e-commerce, 27% dos clientes que geram cashback em lojas físicas os utilizam no e-commerce. Esse comportamento híbrido destaca a necessidade de estratégias claras para atrair clientes para a experiência digital, visando transformá-los em clientes omnichannel. Essa abordagem é vantajosa, pois clientes que compram em múltiplas origens demonstram uma fidelidade significativamente maior em comparação com aqueles que compram apenas em varejo físico. Outra marca líder de lingerie no Brasil com mais de 250 lojas, por exemplo, identifica 85% de suas vendas, permitindo compreender o comportamento do cliente e aplicar a inteligência artificial de forma eficaz para experiência online e offline”, aponta.

​​Por isso, Gustavo afirma que a CRM&BONUS pretende intensificar seu foco nas soluções integradas do WhatsApp, abrangendo cashback, CRM e inteligência artificial. Ao comparar com segmentações manuais baseadas em RFV (Recency, Frequency e Monetary Value), ele aponta que a estratégia tradicional alcançou 6% de taxa de conversão, enquanto a inteligência artificial, ao considerar todos os atributos da jornada do cliente, obteve uma taxa de 14%. 

“​​Para novos empreendedores no varejo, a ênfase na execução eficiente dos processos é crucial, conforme destacado na NRF 2023, a Principal Feira de Varejo do Mundo, como o básico bem feito. Antes de explorar tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial e Omnichannel 3.0, identificar os clientes e humanizar o pós-venda são passos fundamentais. A execução de práticas simples, como agradecimentos após a compra e reconhecimento de datas especiais, contribui significativamente para a construção de relacionamentos. Priorizar o básico bem feito, incorporando a digitalização à cultura e aos processos, é essencial para o sucesso de marcas iniciantes no varejo”, conclui.

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