Consumo consciente cresce como tendência no mercado da moda

27/7/20
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Publicado por 
Redação Start

Brechós online reinventam negócios por meio de modelo sustentável

Consumo consciente cresce como tendência no mercado da moda
Consumo consciente cresce como tendência no mercado da moda

O consumo consciente envolve a busca por produtos e serviços que causem o menor impacto possível na sociedade e no meio ambiente. Isso envolve desde os recursos naturais utilizados para produção, bem como toda a cadeia produtiva até o fim da vida útil de determinado produto. Esses itens e serviços também devem ser produzidos de forma ética.

De acordo com Luanna Toniolo, da TROC - o maior brechó online do Brasil, as pessoas acreditam que somente atos extremos trazem resultados efetivos, mas pequenos atos podem ser muito importantes, como separar o lixo e destinar pilhas no local correto. “Falando em moda, aumentar a vida útil do que temos no guarda-roupa, seja repassando para a prima, melhor amiga ou vendendo”, comenta.

Esse processo pode ser desencadeado por meio de questionamentos. O primeiro deve ser feito quando você sente vontade de comprar algo: “Eu realmente preciso disso?”. As perguntas seguintes devem ser sobre a durabilidade do produto em questão. “Quanto maior a qualidade, mais vai durar, e você vai demorar em consumir novamente esse produto. Depois vem questões como a formulação e procedência, a mão de obra utilizada para sua confecção, qual o impacto causado para esse produto chegar até você no sentido de logística, qual o consumo de energia que ele teve, qual tipo de recurso financeiro irá utilizar para comprar e como esse produto será descartado após o término de sua vida”, aponta.

Conforme Luanna, uma visão mais abrangente de toda indústria da moda mostra que o caminho mais viável é que ela se alinhe aos princípios da economia circular. Primeiro, o ideal é que roupas não sejam descartáveis. Com mais qualidade, elas mantêm seu valor durante o uso e depois podem reentrar na economia.

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“A verdade é que a cultura da moda descartável está esgotando os recursos naturais e enchendo os aterros sanitários de resíduos. O melhor que podemos fazer é consumir menos ou consumir com qualidade e, principalmente, reutilizar mais. Aí entra a TROC!”, explica.

A TROC, por sua vez, é um brechó online, considerada a maior plataforma de moda circular do Brasil. “Recebemos todas as peças e analisamos individualmente. Depois colocamos à venda aquelas que têm qualidade, garantindo uma excelente experiência para os dois lados. É seguro e prático para quem vende e uma verdadeira oportunidade para quem compra. É um consumo consciente fazendo valer a produção daquela peça”, salienta.

Por que empresas devem investir no consumo consciente?

O primeiro e o mais importante dos pontos é a questão ambiental. O modelo atual é consumista e pressiona os recursos naturais. De acordo com Luanna, a indústria da moda consome principalmente recursos não renováveis. São cerca de 98 milhões de toneladas por ano, incluindo a produção de matérias como o óleo para as fibras sintéticas, fertilizantes para cultivar algodão e produtos químicos para produzir, tingir e finalizar fibras e têxteis. “O que agrava ainda mais esse cenário são as baixas taxas de uso das roupas e também baixos níveis de reciclagem”, coloca.

Outro ponto é que as novas gerações de consumidores também estão muito atentas com a cadeia produtiva da moda e dos mais diversos setores. “Costumo dizer que são pessoas que já nasceram “shipadas” com a questão do consumo consciente. Então, se não por uma questão genuína de cuidado com o meio ambiente, terá que ser por uma demanda dos consumidores”, afirma.

Luana também acredita que a moda circular é um nicho em ascensão. Além dos seus próprios números, há uma movimentação no mercado como um todo. Em um relatório apresentado pela thredUP, o mercado de segunda mão online deve crescer 69% entre 2019 e 2021, enquanto o setor de varejo em geral deverá diminuir 15%. Estima-se que, até 2033, roupas usadas representarão mais de 50% do armário do consumidor.

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A empresária também sente um crescimento do público na busca por soluções mais conscientes. Conforme ela, a Geração Z e a Millennial estão impulsionando o crescimento das compras de segunda mão.

“Desde o início do ano, estamos passando por uma situação de pandemia e os cenários estão mudando de uma forma muito significativa. Nesta pesquisa da thredUP, por exemplo, quatro em cada cinco pessoas dizem que têm ou estão abertas a fazer compras de segunda mão por motivos econômicos. A revenda online tem ocupado esse espaço de consumo acessível com conforto e na proteção de casa. O isolamento trouxe as pessoas para a reflexão do “porquê” das coisas e estamos sentindo diretamente a mudança de comportamento e adesão ao second-hand até mesmo das gerações mais conservadoras”, finaliza.

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