Cooperativas: uma forma diferente de transformar cenários sociais e econômicos
Profissionais da Sicredi Pioneira e da Cresol compartilham como as cooperativas atuam fomentando o desenvolvimento de regiões

Diferente dos bancos tradicionais, as cooperativas são uma alternativa mais intimista e mais próxima dos seus clientes, de maneira que o ele não é um simples consumidor de serviços bancários, mas sim um associado coletivo. As cooperativas são organizações de natureza civil e gerenciadas de forma democrática e participativa, com fins econômicos e sociais comuns. A partir disso, as organizações que seguem esse modelo podem servir como uma boa alternativa para empreendedores.
Solon Stahl, diretor executivo da Sicredi Pioneira, compartilha que a proximidade da cooperativa com suas comunidades e o forte relacionamento com seus associados facilitam a tomada de crédito por empreendedores. Segundo ele, isso é resultado de uma análise mais aprofundada da solução na busca por crédito, avaliando não somente o projeto do empreendedor, mas principalmente quem é o empreendedor para conhecer quem são os seus associados de maneira mais próxima.
“Isto é fato que pesquisa da FIPE de 2020 atesta que municípios que têm cooperativas de crédito possuem uma taxa de empreendedorismo 15,7% maior que os municípios que não têm”, comenta Solon.
Ele afirma que o relacionamento faz parte do jeito Sicredi de ser, que vem desde 1902, algo que está presente na cultura organizacional da pioneira, que é ser simples, próximo, ativo e juntos, portanto não se trata de uma estratégia da cooperativa, e sim do seu DNA. Ele explica que as cooperativas de crédito nasceram no sul da Alemanha no final do século XIX, motivadas pelas necessidades da população local naquela época, inclusive por fome. Por isso, muitos alemães daquela região acabaram migrando para o sul do Brasil e construindo uma nova realidade. Além disso, o sul do país também contou com movimentos migratórios de italianos, tchecos, poloneses e outras nacionalidades.

Por esse motivo, Solon aponta que é fato que a colonização européia dessa região foi um campo fértil para criação da cooperativa, em 1902, pelo padre suíço Theodor Amstad. Mesmo se apresentando como algo da imigração europeia no país, ele ressalta que o cooperativismo está presente em mais de 200 países do mundo, atendendo às necessidades de pessoas das mais variadas culturas. Apesar disso, mesmo as regiões norte e nordeste, que não têm em sua maioria raízes européias, têm se mostrado regiões promissoras para o cooperativismo de crédito, que tem chegado com força por meio do Sicredi e outros sistemas de crédito cooperativo.
“Primeiro, ser sócio do empreendimento, e por conta disso, receber parte do lucro, o que chamamos de distribuição de resultado. Depois, ter vantagem econômica, por meio de uma política de preços justos que a cooperativa adota, onde visamos sempre cobrar o menor preço possível de nossos associados; terceiro, participar das decisões estratégicas da cooperativa nas assembleias, inclusive elegendo o presidente do Conselho que nada mais é que um associado; e pra finalizar, pois teríamos outros benefícios, ajudar a gerar impacto positivo na sua comunidade, pois todo negócio feito com a cooperativa, parte dele é revertido para programas sociais e educacionais. Ah, e não esquecer de dizer que o Sicredi é hoje uma instituição financeira completa, com um portfólio de P&S que atende todas as necessidades financeiras de nossos associados pessoa física, jurídica e agro”, comenta Solon.
Do ponto de vista da Cresol, cooperativa que nasceu muito próxima do berço do cooperativismo no Brasil, foi criada a partir da necessidade de um público muito específico, o pequeno agricultor, que ao longo dos anos 90, enfrentava muitas dificuldades de acesso ao crédito. Segundo Adriano Michelon, vice-presidente da Cresol Confederação, para expandir os serviços e levar o cooperativismo para outras regiões, é necessária uma grande compreensão da realidade local e fazer o cooperativismo acontecer de pessoas para pessoas.

“Fazemos isso preparando os nossos colaboradores para o atendimento próximo, atencioso e resolutivo. Também preparamos a nossa governança para fortalecer a atuação local, estabelecemos parcerias sólidas com outras instituições, a exemplo do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), e estamos sempre atentos para as necessidades financeiras, diversificando as nossas soluções. Seja o nosso cooperado do Sul ou do Norte, a Cresol sempre buscará uma solução para o que ele precisa”, comenta Adriano.
Ele ressalta que o cooperativismo tem, por essência, uma construção coletiva a partir da associação de pessoas que vão buscar um objetivo comum. No ramo de crédito, esses interesses estão ligados a atividades econômicas, mas de uma maneira que traga, em conjunto ao retorno financeiro, o desenvolvimento do associado e do seu empreendimento, e como consequência, da comunidade. Para empreendedores, existem diversos benefícios de se associar a uma cooperativa e construir essa relação mais próxima e amigável, diferente dos bancos tradicionais que possuem maneiras mais distantes de trabalhar com seus clientes. Adriano aponta que a Cresol tem uma participação ainda mais ativa, com projetos e consultorias que ajudam os empreendedores nas tomadas de decisão, na negociação.
“Estamos próximos do nosso cooperado muito além de oferecer as soluções financeiras que ele precisa, mas dentro disso também facilitamos o acesso ao crédito, disponibilizando diversas linhas e recursos próprios para esse público, com condições extremamente competitivas. Nossa visão é que a essência que nos trouxe até aqui continua forte e precisa se manter presente: estar ao lado do nosso cooperado, apoiando nas suas tomadas de decisões que fazem relação com suas necessidades financeiras. Foi assim desde o início, em 1995, e continuará sendo assim. Nós mudamos os meios, as tecnologias, trazemos novas soluções, mas o propósito continua o mesmo. E, para atender a necessidade do nosso cooperado, nós precisamos conhecê-lo, e fazemos isso por meio do relacionamento, estando disponíveis e acessíveis para que ele possa nos procurar sempre que precisar”, esclarece.
Além dessa relação intimista com as comunidades, as cooperativas vêm se destacando por estarem sempre presentes como patrocinadores de eventos regionais. Solon Stahl e Adriano Michelon explicam que os investimentos em eventos e festas regionais visam a transformação de vida e da própria realidade social por meio do esporte, atividades educativas, culturais e fomentando o empreendedorismo.
Solon aponta que esses investimentos e participações estão ligados a duas intenções: uma é a óbvia, marketing, ampliação do sinal da marca Sicredi. A outra é a leitura da própria cooperativa, sendo uma das formas de apoiar o desenvolvimento econômico e social da região é investindo recursos em todas as feiras e eventos que acontecem, pois estes movimentos são geradores de renda e de conhecimento.
“Sempre é bom frisar que tudo isto é feito em nome do nosso propósito: Juntos construímos comunidades melhores”, pontua.
Já Adriano afirma que no esporte, a marca Cresol busca jogar junto com os seus cooperados, apoiando diversas modalidades não só profissionais, mas também as amadoras, que geram a inclusão, a formação de novos talentos e o próprio cuidado com a saúde.
“Ao incentivar a promoção dessas atividades, a Cresol também consegue dar um retorno para a comunidade, o que é fundamental para os propósitos do cooperativismo”, conclui.