Cultivo de flores e plantas vai além do varejo tradicional

1/6/23
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Redação Start

Empreendedores do nicho falam sobre a importância de uma boa comunicação e de explorar a criatividade

Foto: Unsplash
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A atividade de cultivar, distribuir e comercializar flores e plantas muitas vezes é remetida a um trabalho simples. Mas o que muitos não sabem é que a arte envolve técnicas de plantio, corte, clima adequado, materiais específicos e uma boa estratégia de comunicação para lidar com os clientes.

O mercado de plantas e flores é abrangente e possui uma gama de produtos e players de mercado, incluindo produtores de flores, atacadistas, varejistas, importadores, exportadores e, até mesmo, plataformas online. Todo o ecossistema está interligado e carrega como objetivo a garantia na qualidade do produto fornecido, visto que são produtos vivos e merecem uma atenção especial.

Uma matéria publicada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, com dados do Instituto Brasileiro de Floricultura, entre 2020 e 2021, mostra que o mercado de flores no Brasil apresentou um crescimento de 15%. Ao todo, a cadeia produtiva obteve um faturamento de R$10,9 bilhões. O setor emprega cerca de 209 mil pessoas diretamente, com 38,76% das ocupações ligadas à produção, 4,31% possuem relação com distribuição, 53,59% no varejo e 3% em outras funções.

Devido ao movimento de negócios com viés de sustentabilidade e meio ambiente, a indústria de flores e plantas acompanhou o segmento e apresentou um crescimento que passou a fazer parte da rotina da população. Outra matéria publicada pela Redação Massa News mostra que uma pesquisa realizada pelo Censo QuintoAndar de Moradia, em parceria com o Datafolha, revela que 69% dos brasileiros gostam de cultivar plantas em seus lares, e 57% são adeptos do paisagismo com flores. Essa realidade atinge o mercado positivamente, trazendo benefícios para empreendedores do setor. 

Distante dos grandes centros urbanos, localizada na Região das Hortênsias, há cerca de 26 anos, surgia em Gramado a Floricultura Giardino. A ideia surgiu quando a fundadora Marta Andreis Molling se aposentou e sentiu a necessidade de criar novas atividades para passar o tempo. O que começou como um simples hobby se transformou em uma das maiores e mais conhecidas floriculturas da cidade, ganhando visibilidade tanto para os habitantes do município e região, quanto para os visitantes da cidade.

Foto: Arquivo pessoal

Rosângela Molling Bezzi, paisagista do negócio, afirma que o comércio de plantas e flores tem crescido a cada ano, e a busca do produto para presentear ou como elemento decorativo tem aumentado significativamente. Além da comercialização, a floricultura oferece serviços diferenciados aos clientes, envolvendo a venda de flores, decoração de eventos, serviços de paisagismo e jardinagem, contando com uma equipe de manutenção e execução exclusiva.

“Acredito que, com o aumento do uso de mídias sociais, a visibilidade aumenta bastante. Percebemos uma maior movimentação de vendas nos períodos de datas comemorativas, como o Dia da Mulher, o Dia das Mães, o Dia dos Namorados e o Natal”, comenta Rosângela.

A equipe da Giardino preza pela excelência em seus produtos e serviços, buscando oferecer um produto de qualidade desde o cultivo até o cliente final. Devido ao clima variado da cidade, Rosângela conta que a equipe busca trabalhar com flores de acordo com a época do ano, ou cultivando plantas que durem todas as estações, dando o exemplo da planta flor-perfeito, que consegue sobreviver tanto no inverno, quanto no verão. 

Em geral, as flores de vaso internas possuem maior durabilidade, mas é preciso mantê-las em ambientes controlados, aquecidas no inverno e resfriadas no verão. A Giardino conta ainda com uma câmara fria para manter a saúde e a durabilidade de flores de corte, permanecendo em uma temperatura abaixo de 8°C.

Por outro lado, há quem invista na diferenciação de produtos, como é o caso da empreendedora Isadora Calgarotto, que investe na produção de terrários, um ecossistema completo em miniatura. O Gota D'Orvalho Atelier começou quando a fundadora foi à cidade de São Paulo e se impressionou com a beleza do produto. A partir disso, Isadora percebeu um potencial de negócio que ainda não existia em Gramado, e que os terrários poderiam ser presentes simbólicos.

A empreendedora compartilha que, no início, as vendas eram pequenas, porque as pessoas não entendiam o produto e pensavam que era feito de plantas de plástico. Mas, com a divulgação adequada, as pessoas passaram a se interessar e encomendar terrários para presentear namoradas, mães, lembrancinhas de aniversário e, até mesmo, como presentes de empresas para funcionários.

“Nesse último Natal foi onde fiz mais vendas, porém a venda dos terrários é apenas uma renda extra, então não dediquei 100% do tempo para isso. O processo não é tão complicado, tem que ter paciência, saber quais plantas utilizar, pois nem todas gostam de estar em ambientes úmidos e de pouca luz solar. É importante fazer a camada de pedras e terra para que ocorra a drenagem, evitando o excesso de água”, comenta Isadora.
Foto: Arquivo pessoal

Ela conta ainda que o sucesso do produto é fruto da praticidade de cuidado, bastando deixar em um ambiente que receba luz natural sem contato direto com a luz solar e regar em pequenas quantidades. O processo de regar depende do tamanho do vidro e do tipo de vedação, podendo ser a cada mês ou a cada cinco ou seis meses. Outro quesito importante citado pela empreendedora é a ligação dos terrários com a arte, explorando a criatividade. 

“Posso citar um exemplo que é buscar a diferenciação no produto, fazendo desenhos com terras de cores diferentes e areia, ou na escolha das cores das plantas, também adicionando objetos que o complementam. Em relação ao futuro do planeta, acredito que tem tudo a ver, pois o terrário pode nos ensinar que pequenos erros em sua preservação podem colocar tudo a perder e assim também acontece com o planeta. O terrário é de fato um mini ecossistema que as pessoas podem ter dentro de suas casas, aproximando-as ainda mais com a natureza”, finaliza Isadora.

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