Da captação ao breakeven: conheça cinco maneiras de levar sua startup ao equilíbrio financeiro
Maioria dos negócios operam por anos em prejuízo, com mais de dois terços encerrando as atividades antes de completar 20 meses, segundo a Abstartups
Identificar um gap de mercado, desenvolver um modelo de negócio para saná-lo, captar recursos e provar sua tese ao mercado, com retorno financeiro e lucratividade. Esse é o sonho de qualquer fundador de startup, mas a realidade deste mercado ainda é distante do desejado. Com a maioria dos negócios operando por anos em prejuízo, mais de dois terços delas fecham antes de completar 20 meses no país, segundo cálculo da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
“Seja por falta de demanda viável, problemas de financiamento, má gestão do capital ou incapacidade em gerar receita suficiente para cobrir os custos operacionais, muitos podem ser os empecilhos para que uma startup alcance o equilíbrio financeiro ideal. Muitas vezes há falhas na liderança, falta de experiência gerencial ou conflitos internos que podem levar ao fracasso de uma startup”, esclarece Wana Schulze, Head de Investimentos e Portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures.
Para a executiva, traçar um caminho com um plano de ação é a melhor forma de garantir que o negócio tenha saúde financeira e alcance o breakeven, quando custos e despesas se igualam à receita. A seguir, Wana ensina cinco caminhos para levar sua startup mais longe. Confira!
Crie um plano de negócios
Antes de considerar ir ao mercado captar, a startup precisa ter um plano de negócios bem estruturado. Criar este passo a passo da jornada pode ser desafiador, especialmente quando é a primeira vez que alguém decide empreender, no entanto, para garantir mais destaque ao buscar investidores para viabilizar o negócio, será necessário mais que vender uma boa ideia, mas demonstrar a estratégia ou caminho que se pretende seguir para atingir os resultados estimados e em quanto tempo. “Tenha um objetivo claro e entenda quem serão seus concorrentes e fornecedores. É preciso, definir e estudar quem é seu público-alvo e qual é a proposta de valor e diferencial de mercado que sua startup pode oferecer”, pondera Wana.
Aprimore seu MVP
Para aumentar as chances de conseguir aportar recursos, um dos passos mais importantes ao criar uma startup passa pela validação da sua oferta de produto ou serviço. Para isso, é preciso entender qual é a dor que o empreendedor busca sanar. Mesmo que o produto final não esteja 100% desenvolvido, a criação de um MVP, sigla em inglês para “Minimum Viable Product”, ou seja, um produto minimamente viável, é indispensável para avançar nos negócios. “Na prática, o empreendedor criará uma versão mais simples de um produto ou serviço com o mínimo de recursos possíveis a fim de entregar a principal proposta de valor da ideia”, explica Wana.
Busque capital para viabilizar a startup
Os investidores de capital de risco estão dispostos a investir em startups com potencial de crescimento significativo em troca de participação acionária. É possível procurar além de fundos de Venture Capital, investidores anjo, que são pessoas físicas que investem o próprio dinheiro em startups em estágio inicial também em troca de participação acionária. “Outra possibilidade de captação de recursos é o financiamento via plataformas de crowdfunding que permitem que as startups levantem capital de uma grande base de investidores individuais em troca de recompensas, equidade ou empréstimos”, indica Wana.
Construa um bom pitch e venda seu negócio
Mais do que ter uma boa ideia de negócio, é fundamental saber ‘vendê-la’ e é justamente ao apresentar um ‘pitch’, formato de apresentação breve e direta de uma empresa, produto, serviço ou ideia, que geralmente é apresentada a possíveis investidores que o founder tem a oportunidade de capitalizar recursos para fazer sua startup decolar. “Comece explicando qual o problema pretende resolver e de que maneira pretende fazer isso. Apresente a solução destacando seus diferenciais. Por fim, faça sua proposta e indique o estágio em que o negócio se encontra e qual valor precisa para dar o próximo passo. Procure investidores que tenham valores e visão de futuro que vão de encontro com o que você busca para sua empresa”, enfatiza a Head.
Após receber o aporte, foque no planejamento financeiro
Após a captação, mantenha o foco em seu objetivo principal, realizando um planejamento financeiro que ajude a entender projeções, prováveis custos, traçando diferentes cenários para a empresa. “Gerencie o caixa e mantenha o foco em estratégias de marketing para atrair mais clientes, lançar novos produtos ou serviços, expandir para novos mercados ou aumentar os preços, se justificado”, ensina Wana. Se necessário, a Head recomenda reavaliar e ajustar o negócio para garantir que ele seja sustentável a longo prazo. “Isso pode envolver a mudança para um modelo de assinatura, a oferta de serviços adicionais ou a alteração do público-alvo. Também é importante, buscar financiamento adicional por meio de investidores, empréstimos ou programas de aceleração para impulsionar o crescimento, além de acompanhar de perto métricas como CAC (Custo de Aquisição de Cliente), LTV (Valor Vitalício do Cliente) e MRR (Receita Recorrente Mensal) até atingir o breakeven”, finaliza.
Sobre a Wayra:
A Wayra, hub de inovação aberta da Vivo no Brasil e da Telefónica no mundo, investe, escala e conecta startups com corporações e outros parceiros. O objetivo é gerar oportunidades de negócios e inovação em conjunto. Criada em 2011, a Wayra opera em nove países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Alemanha, México, Peru, Espanha e Reino Unido) e já investiu mais de 66 milhões de euros em startups. Atualmente, 550 startups fazem parte do portfólio de inovação aberta global da Telefónica. Presente no Brasil desde 2012, a Wayra Brasil já investiu cerca de R$ 30 milhões em 84 startups e, atualmente, conta com 25 empresas ativas em seu portfólio, sendo que mais de 43% delas possuem contratos ativos com a Vivo. As áreas prioritárias são educação, saúde, finanças, internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA), 5G, big data, Advanced Anaytics, Computação em Nuvem (Cloud Computing), cibersegurança, greentechs, entre outras.