Da falha à inovação: Como a cultura de tolerância a erros ajuda as empresas a inovarem

27/6/23
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Publicado por 
Redação Start

Por Yule Mares

Foto: Divulgação
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Em um cenário pós-pandêmico sem precedentes, a cultura de uma empresa é um elemento-chave na performance e saúde dos times, além de imprescindível para que a organização esteja bem preparada para lidar com mudanças e disrupções em seu mercado. Um relatório produzido pela Quantum Workplace revelou que 66% dos executivos acreditam que a cultura corporativa é mais importante do que a estratégia de negócios ou o modelo de operação da companhia.

Apesar do dado animador, boa parte das lideranças das grandes companhias ainda falham quando o assunto é promover um espaço que de fato incentive a inovação, mesmo reconhecendo a importância dela e da existência de uma mentalidade que facilite o surgimento de novas soluções para o crescimento e sucesso a longo prazo.

Para que isso ocorra, é preciso assumir riscos e nutrir uma relação saudável com os erros, que fazem parte do processo - vale lembrar que a cultura de tolerância a falhas não significa que os colaboradores não são responsabilizados por seus deslizes ou por falta de excelência nas entregas. Na verdade, ela refere-se à capacidade de uma empresa de aprender com as experimentações inerentes à inovação, pois elas precisam ser vistas como oportunidades de descobertas e ajustes de rota, em vez de falhas irreparáveis. Isso cria um ambiente seguro e encorajador para a experimentação, estimulando a criatividade e a geração de novas ideias.

Mas, para promover essa cultura de tolerância a erros, é necessário haver um compromisso contínuo, e a liderança desempenha um papel fundamental nesse processo. Muitas vezes, é por meio da tentativa e erro que as organizações descobrem novas soluções, ideias e abordagens que são bem-sucedidas. E, nesse sentido, é esperado que algumas inovações não atinjam os resultados desejados. Demonstrar abertura para o aprendizado, ser transparente sobre as dificuldades e encorajar a equipe a compartilhar e aprender é imprescindível nesse processo.

Um outro ponto importante é reconhecer e comunicar a metodologia por trás da criação de inovações de sucesso nas empresas. Normalmente é mostrado apenas a ponta do iceberg: os resultados positivos. Porém, é fundamental deixar claro que eles foram conquistados após muita experimentação e mudanças de rota. Isso incentiva os times a buscarem constantemente a melhoria e a não parar depois da primeira negativa. Por outro lado, é preciso manter uma comunicação clara sobre a diferença entre resiliência, que envolve a capacidade de enfrentar e superar as falhas, ajustando consistentemente o trajeto frente às evidências que estão sendo geradas, e a recusa persistente, atitude de negação que não trará nenhum benefício real de aprendizagem para o processo.

Por fim, é essencial oferecer programas de treinamento, capacitação, desenvolvimento e mentorias que forneçam as habilidades necessárias para inovar e lidar com os desafios de forma construtiva. Isso resulta na criação de novos processos, produtos e serviços mais alinhados com as demandas dos clientes e em negócios mais competitivos, relevantes e tecnológicos.

Promover uma cultura de tolerância a erros requer tempo, paciência e consistência, pois é um processo contínuo que envolve toda a organização, desde a liderança até os colaboradores na ponta. Por isso, as organizações têm o dever de desenvolver e fortalecer ações que estimulem a inovação, a experimentação e a colaboração, permitindo que ideias inovadoras prosperem e se transformem em soluções pioneiras que estimulem o crescimento dos times e dos negócios.

*Yule Mares é Executiva de Contas e Head de Educação da Liga Ventures, maior rede de inovação da América Latina com o propósito de gerar resultados e impacto, conectando as melhores startups às empresas e a todo ecossistema empreendedor

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