Escassez de talentos: fazer diferente para aproveitar as oportunidades.
O avanço tecnológico acelerado escancara uma lacuna crítica: a escassez de talentos.
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Esse desafio, que veio para ficar, é amplificado por um modelo educacional do século XIX que não prepara os jovens para a realidade do mercado de trabalho. Estudos mostram que 2/3 dos jovens no mundo não têm as habilidades necessárias para participar efetivamente da economia moderna. E essa é a realidade também aqui no Brasil.
Ao mesmo tempo, temos um grande desafio de requalificar uma geração inteira de adultos, que viverá mais e precisará ficar mais anos no mercado de trabalho.
O Fórum Econômico Mundial já vem trazendo alertas há alguns anos sobre essa necessidade e, no último relatório “The Future of Jobs Report 2025”, traz que 59% daqueles que trabalham hoje precisarão ser requalificados até 2030, sendo que 19% precisarão ser preparados para novas funções, porque as suas ocupações atuais não existirão mais.
Somada a essa realidade, a rápida transição demográfica – com a queda da natalidade e o envelhecimento da população – ampliará os desafios, tornando imperativo que empresas e líderes repensem suas práticas. Teremos cada vez menos jovens e a proporção de mulheres, que já são a maioria da população, será ainda maior.
A inserção maior de mulheres no mercado de trabalho, assim como a valorização de profissionais com mais de 50 anos e aposentados que desejam retornar ao trabalho, não é apenas uma questão de inclusão. Trata-se de um fator crítico para a sustentabilidade e o crescimento das organizações.
As empresas que entenderem essa realidade e tomarem as ações necessárias, estarão aptas a aproveitar as inúmeras oportunidades geradas, principalmente, pelo desenvolvimento tecnológico, como avanços em inteligência artificial, robótica e investimento em fontes renováveis de energia, onde o Fórum Econômico Mundial prevê que haverá espaço para a criação de 170 milhões de novos empregos até 2030.
Dentro desse cenário é necessário repensar o papel da liderança, que necessita de habilidades para lidar com diversas gerações no ambiente de trabalho, que têm desejos, necessidades diferentes e também com demandas antes não priorizadas, como responsabilidades de cuidado, segurança psicológica e, claro, com todo o cenário da evolução tecnológica e da inserção da inteligência artificial nas rotinas empresariais.
Também será necessário investir em programas de requalificação no ambiente profissional, ajustar jornadas de trabalho, implantar modelos mais flexíveis e rever benefícios, de modo a aproveitar o horizonte de oportunidades que se amplia para além dos limites dos modelos tradicionais.
O crescimento das empresas se dará, cada vez mais, por aumento de produtividade, dentro de um olhar mais qualitativo e menos quantitativo, com inserção de ferramentas tecnológicas, de inteligência artificial em larga escala e com profissionais com uma maior qualificação e habilidades mais avançadas.
Temos desafios, mas também muitas oportunidades. Só precisamos pensar e fazer diferente, não abandonando o que sustenta as empresas hoje, mas abrindo espaço para novas práticas que irão aumentar a produtividade e alavancá-las para outros patamares, garantindo a sustentabilidade futura.
