Especialista indica quais serão as 4 principais tendências de investimentos em startups em 2024

12/2/24
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Publicado por 
Redação Start

Wana Schultze, Head de Investimentos e de Portfólio da Wayra e Vivo Ventures, elucida comportamento de investidores e áreas de destaque no mercado

Foto: Divulgação
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Segundo dados divulgados em pesquisa da plataforma Distrito, os investimentos em startups brasileiras tiveram uma queda de 56% em 2023, um recuo considerável em comparação a anos anteriores. Após um período incerto, com abalos geopolíticos e econômicos, 2024 promete um reaquecimento dos investimentos no mercado nacional. Com a macroeconomia mais promissora, o aumento do PIB brasileiro e a diminuição da taxa de juros, investidores, apesar de ainda cautelosos, veem melhores oportunidades de contribuir para o crescimento de novos negócios.

Para Wana Schulze, Head de Investimentos e de Portfólio da Wayra e Vivo Ventures, CVCs (Corporate Venture Capital) da Vivo Telefônica, e da Vivo Ventures,

“para 2024, há a renovação do otimismo do mercado, que antecipa estratégias mais refinadas de investimento, mantendo a cautela, mas se abrindo para investir menos, mas melhor”, afirma.

É pensando nisso que a especialista elenca algumas perspectivas do ecossistema empreendedor em 2024. Confira!

Menos investimentos, mais assertividade

Capital, somente, não é o suficiente para o desenvolvimento e crescimento de uma startup. Construir networking e apoiar o desenvolvimento de produtos melhores é, por vezes, tão importante quanto investir financeiramente.

"Isso faz parte de uma nova tendência de investimentos, que tem a ver com não apenas investir capital, mas também investir tempo e compartilhar conhecimento com a comunidade de empreendedores", explica Wana. “Esse movimento faz parte de um entendimento e de uma clareza de que o dinheiro sozinho pode não ser capaz de fazer as startups serem bem sucedidas", completa.

Seguindo o mesmo caminho, a tendência é que os investimentos sejam cada vez mais certeiros. Wana explica que “a conexão entre empresas e startups, tenderá a ser mais forte e mais intensa, mas também mais 'pé no chão’”.

Otimismo renovado

Segundo dados da pesquisa “Q1’23 Venture Pulse Report “ publicada pela KPMG, o investimento global em venture capital caiu mais de 67% no primeiro trimestre de 2023, alcançando o menor patamar dos últimos seis anos para o período. Apesar disso, a expectativa é que 2024 represente uma onda de retomada das VCs e CVCs.

Para Wana,

“aos poucos, os investidores prometem retomar o fôlego, o que nos traz perspectivas positivas para o próximo ano, com especial interesse em iniciativas empreendedoras nos setores de saúde, educação, novas tecnologias e serviços digitais, que seguem apresentando forte demanda de mercado", conta a especialista.

Potencial para novos unicórnios na América Latina

"De modo similar ao que acontece no mercado de ações, os investidores sabem que, historicamente, a retomada tende a gerar bons resultados de investimentos. Isso pois, muitos empreendedores, podem estar refinando suas estratégias para deslanchar assim que conquistarem um novo aporte de capital", explica Wana.

Nesse sentido, apesar de uma queda de 40% no surgimento de unicórnios no terceiro trimestre de 2023, segundo a pesquisa State of Venture, da CB Insights, a expectativa é que, nesse ano, os unicórnios voltem a escalar.

ESG será pauta importante

Por conta da pressão internacional e do interesse forte dos investidores, pautas voltadas para o cuidado ambiental, a preocupação com os impactos sociais e o desenvolvimento de boas práticas de governança seguirão fortes. Já as atenções estarão voltadas para o desenvolvimento de tecnologias que lidem com a emergência climática, como processos de eletrificação e descarbonização, tecnologias de produção de alimentos e desenvolvimento de bioplásticos.

“A preocupação dos fundos de investimento com a transparência, o compliance e a diversidade, serão temas frequentes mesmo ao abordar investimentos de outros setores", finaliza Wana.

Sobre a Wayra:

A Wayra, hub de inovação aberta da Vivo no Brasil e da Telefónica no mundo, investe, escala e conecta startups com corporações e outros parceiros. O objetivo é gerar oportunidades de negócios e inovação em conjunto. Criada em 2011, a Wayra opera em nove países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Alemanha, México, Peru, Espanha e Reino Unido) e já investiu mais de 66 milhões de euros em startups. Atualmente, 550 startups fazem parte do portfólio de inovação aberta global da Telefónica. Presente no Brasil desde 2012, a Wayra Brasil já investiu em 84 startups e, atualmente, conta com 25 empresas em seu portfólio, sendo que 50% delas possuem contratos ativos com a Vivo. As áreas prioritárias são educação, saúde, finanças, internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA), 5G, big data, Advanced Anaytics, Computação em Nuvem (Cloud Computing), cibersegurança, greentechs, entre outras.

Sobre o Vivo Ventures

Lançado em abril, o Vivo Ventures tem R$ 320 milhões para investir em startups em fase de crescimento “growth”, com soluções nas áreas de Entretenimento, Casa Inteligente, Marketplace, Saúde, Finanças e Educação, que são chave para o posicionamento da Vivo como hub digital. O Vivo Ventures complementa a plataforma de investimento em startups da empresa e, em conjunto com a Wayra, hub de inovação aberta e braço de investimento early stage, apoia e impulsiona o ecossistema empreendedor. Presente no Brasil desde 2012, a Wayra investe até R$ 2 milhões em startups preferencialmente em rodadas iniciais “pré-seed e seed” e que tenham negócios alinhados à estratégia da Vivo. Já o Vivo Ventures investe em startups “growth”, com tickets médios de aproximadamente R$ 25 milhões.

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