O que o acidente dos Andes nos ensina sobre tomada de decisão

10/1/24
|
Publicado por 
Marcus Rossi

Avião que caiu na Cordilheira dos Andes na década de 70 teve 16 sobreviventes que nos ensinam sobre escolhas

Foto: Netflix
Foto: Netflix

No dia 13 de outubro de 1972, o time de rugby do Uruguai estava a caminho de Santiago do Chile quando a aeronave em que estavam caiu na Cordilheira dos Andes. Deste grave acidente, sobreviveram 16 pessoas, que ficaram 72 dias em condições de frio extremo, fome e sede. 

A história dos sobreviventes inspirou documentários e filmes, que narram as dificuldades enfrentadas, as incertezas e as improbabilidades de sobrevivência. Mas o que me motiva a escrever este artigo de hoje não são os detalhes e os milagres que giram em torno do episódio. O que me leva a refletir ainda mais sobre o acontecido são o espírito de sobrevivência, a motivação e, principalmente, o poder de tomada de decisões.

Dos 45 passageiros a bordo, apenas 16 sobreviveram. E o que essas pessoas nos ensinam? Para sobreviver em situações de extrema incerteza, é preciso uma determinação absurda e racional, o que implica em deixar de lado emoções, sentimentos e crenças. 

Nando Parrado, um dos sobreviventes, comenta justamente sobre as decisões que foram tomadas e como elas foram responsáveis por salvar vidas. 

“Eu já falei com presidentes de muitos países, com CEOs das maiores empresas do mundo, com políticos e esportistas. Mas a melhor decisão que vi na vida foi a de Marcelo [um dos sobreviventes]. Ele disse: ‘são 17h30. Até que as equipes de resgate consigam se preparar e mandar helicópteros, serão mais de 22h. E não se pode voar de helicóptero à noite em meio às montanhas. Então nós só seremos resgatados amanhã. A temperatura à noite chega a -25/-30 graus. Combinada com este vento, nós vamos congelar antes do amanhecer”, lembra-se Parrado.
Foto: Infomoney

O papel da liderança se destaca também no episódio. Foi necessário criar estratégias de racionamento de comida, de manutenção de calor e temperaturas, de expedição e plano de fuga, entre tantas outras. 

Perceberam que a expedição seria mais complexa do que imaginavam e decidiram que um deles voltaria ao acampamento na fuselagem do avião – assim os outros dois teriam mais comida e agilidade para continuar a caminhada. Professores das melhores universidades do mundo, entre elas Harvard, disseram que a rápida decisão de mandar um dos expedicionários de volta, tomada em uma situação de extremo desgaste físico e emocional, foi fundamental para a sobrevivência de todos. "Essa decisão salvou nossa vida” - trecho da reportagem publicada pelo Infomoney.

A capacidade de avaliar rapidamente as opções disponíveis, considerar as consequências e agir com determinação possivelmente foram alguns dos fatores que garantiram a sobrevivência de 16 pessoas.

E, para o mundo corporativo, resguardando as proporções do acontecimento, podemos pensar em como esses mesmos valores são potenciais para serem aplicados no cotidiano. A tomada de decisão e a presença de líderes com visão de longo prazo são fundamentais em momentos de crise. 

Confira mais posts do Start