Tendências tecnológicas na educação para 2024
Antes de pautar qualquer futuro, a garantia da valorização dos professores e acesso de todos os alunos à tecnologia é essencial

Passado mais de um ano, do decreto da OMS sobre o fim da pandemia do COVID-19, e com muitas adaptações sociais e escolares para os estudantes, a tecnologia segue sendo um aliado importante para a comunidade escolar. E quais serão as maiores apostas?
A aprendizagem personalizada segue como forte tendência para o ano de 2024, é importante levar em consideração que cada aluno tem uma forma diferente de aprendizagem, a mesma aula pode não se aplicar a todos estudantes. Temos que valorizar as particularidades e habilidades dos alunos, e observar as necessidades, a educação convencional não supre este novo modelo de educação, por isso personalizar a aprendizagem, ajudar o aluno a entender as necessidades e traçar sua própria jornada educacional é o caminho.
O futuro aponta para que esta personalização aconteça com atividades variadas e também pela forma que avaliamos nossos estudantes, não podemos ignorar o fato da sobrecarga dos nossos professores na rede pública e excesso de alunos em sala, um caminho não seria ter um plano de aula individual, mas possibilidades de escolha e autonomia.
E-learning: Para os pesquisadores é uma das grandes apostas para 2024, consiste em aprendizagem por meio do uso de plataformas digitais, onde não há a necessidade da participação presencial do aluno, na pandemia alguns estados brasileiros chegaram a testar este modelo.
Há o benefício da flexibilização de horários, já que o aluno pode estudar de qualquer lugar que ele esteja, mas não podemos perder de vista a importância do professor como agente formador direto e um ambiente salubre com condições mínimas para que esse aluno desenvolva os estudos.
Microlearning: Parecido com o E-learning, uma forma de educação a distância que emprega recursos computacionais e audiovisuais para promover o aprendizado a uma pessoa, um grupo ou uma comunidade, consiste na “quebra” de conteúdos em pequenas unidades, mais focadas e objetivas. As aulas ou atividades do Microlearning acontecem em um tempo curto, com uma linguagem simples, de fácil compreensão e podem contar com o apoio de recursos multimídia, como vídeos, por exemplo.
Competências do Século XXI
Essas discussões vêm sendo feitas desde os anos 90, entendo que elas estão intimamente ligadas às mudanças que o mundo vem vivendo no novo século, mais recentemente às atenções se voltaram a como levar para as escolas e disseminar o desenvolvimento de competências socioemocionais, pensando que os profissionais do futuro já terão estas habilidades desenvolvidas na base, muitos conteúdos vem sendo produzido no Brasil para apoiar governos e instituições a criarem políticas e práticas voltadas intencionalmente para a promoção dessas competências, com apoio de métodos específicos para este fim.
Se tornou um fato comum, possuir mais acesso a uma educação de qualidade quem possui condições de arcar com o custo de um ensino privado, ou seja, os mais ricos, isso impacta diretamente na desigualdade social. Ainda temos que lidar com o fato de que, quem mora em regiões urbanas tem um acesso mais rápido a escolas, já que muitas vezes a distância e a falta de políticas públicas impede que as crianças das áreas rurais cheguem à escola, acrescento aqui a desigualdade racial, que está intimamente ligada a desigualdade social, para que o tal futuro beneficia a todas as camadas sociais.
Precisamos garantir as políticas públicas para a educação em especial nos primeiros anos de vida, isso trará uma base melhor para essas pessoas. Também garantir que crianças e jovens permaneçam na escola com materiais e alimentação saudável. Além disso, a valorização dos professores, já que esta categoria sofre diretamente com o sucateamento da educação, aqui faço uma ressalva que precisamos olhar também estas pessoas na universidade, já que exigimos que eles apliquem diversas orientações para alunos, sem que tenham recebido formações suficientes. Outro ponto fundamental é a criação de canais de escuta, entre comunidade, alunos e professores, fortalecendo assim as redes de ensino, além é claro do aumento de investimentos urgentes na educação pública.
*Por Kelly Baptista, Diretora Executiva da Fundação 1 Bi