Colíder do movimento “Todos à Mesa” contra o desperdício de alimentos explica o que pode ou não ser doado

26/5/23
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Redação Start

Alcione Pereira, CEO da Connecting Food e co-idealizadora da iniciativa lista as diferenças e critérios que a indústria e o varejo devem considerar antes de começar todo o processo de doação

Foto: Marcelo S. Camargo
Foto: Marcelo S. Camargo

Recentemente, em busca de atuar de forma conjunta para a redução do desperdício de alimentos e os impactos da fome no Brasil, representantes de 22 empresas que fazem parte do Movimento Todos à Mesa assinaram uma carta de intenções confirmando o compromisso com o pacto de engajamento aos três pilares: fortalecimento de redes de distribuição de alimentos, articulação regulatória e promoção do tema na sociedade. Até o momento, em todas as regiões do Brasil, já foram doadas mais 7 mil toneladas de alimentos bons para consumo e dentro da validade considerando os players envolvidos, impactando quase 3 milhões de pessoas.

O projeto foi inicializado pelo iFood e co-criado em parceria com a Connecting Food, empresa  fundada em 2016 pela engenheira de alimentos Alcione Pereira e a primeira foodtech brasileira de impacto social focada na gestão inteligente de doação de alimentos excedentes. O Movimento é a primeira coalizão brasileira de empresas e organizações que se unem para reduzir os impactos da fome no Brasil. A iniciativa tem como objetivo atuar na redução do desperdício de alimentos, por meio do fortalecimento de redes de redistribuição, articulação de um ambiente regulatório favorável para a doação de alimentos e conscientização sobre o tema.

A fome no Brasil não é um problema atual. Porém, a retomada do Brasil ao Mapa da Fome nos últimos anos acendeu um alerta de que é preciso ter um olhar atento por parte de todos, incluindo o setor privado, para este problema social. Hoje, segundo dados da Rede Penssan, mais de 33 milhões de brasileiros não têm o que comer. Em paralelo a este cenário, o fato de que milhares de toneladas de alimentos estão sendo desperdiçados também é preocupante.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), estima-se que um terço de todo alimento que é produzido tenha o lixo como destino final. Além disso, a ONU aponta que o desperdício de alimentos dos últimos anos em todo o mundo poderia alimentar 1,26 bilhão de pessoas.

Para mudar este cenário paradoxal, é preciso que empresas, organizações e sociedade como um todo estejam engajadas na causa. No entanto, não é todo alimento que pode ser doado. Por isso, Alcione Pereira preparou uma lista com 3 (três) informações básicas para quem quer começar a doar.

1. Alimentos que podem ser doados

Desde junho de 2020, a lei nº 14.016, que dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano, permite aos estabelecimentos e serviços de alimentação, como supermercados, restaurantes e lanchonetes, a doação de alimentos in natura, produtos industrializados e refeições prontas para o consumo. No entanto, a doação dos excedentes não comercializados devem atender alguns critérios, como:

Os produtos devem estar próprios para consumo humano, dentro do prazo de validade e conservação especificada pelo fabricante, além de não terem suas embalagens comprometidas e terem mantido suas propriedades nutricionais e sanitárias podem ser doados. Eles são separados por duas categorias:

Alimentos perecíveis: nesta categoria podem ser incluídos alimentos como: frutas, hortaliças, panificados, carnes, lácteos e congelados (refeições prontas).

Alimentos não perecíveis: podem ser doados alimentos como: grãos e cereais (arroz, feijão, farinha de trigo, entre outros), produtos enlatados e embalados, leite longa vida.

2. Alimentos que não podem ser doados

Alguns tipos de alimentos não podem ser doados para manter a segurança alimentar de quem o consome. Dentre os casos estão os  alimentos fora do prazo de validade, sobra de refeições prontas, alimentos que podem estar com as embalagens danificadas, podendo comprometer a sua qualidade, bem como alimentos congelados que foram descongelados.

3. Para quem doar

Existem diversas instituições que arrecadam alimentos para doações, como os Bancos de Alimentos Públicos e Privados, como o Sesc Mesa Brasil, além de inúmeras Organizações da Sociedade da Sociedade Civil (OSC).

Sobre a Connecting Food:

Fundada em 2016 pela engenheira de alimentos Alcione Pereira, a Connecting Food é a primeira foodtech brasileira de impacto social focada na gestão inteligente de doação de alimentos excedentes. Ou seja, por meio da conexão entre empresas e Organizações Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a empresa  contribui para o combate ao desperdício de alimentos, a fome e ajuda o setor privado no cumprimento da agenda ESG. Frente ao negócio social, a jovem fundadora e CEO Alcione Pereira, engenheira de alimentos, especializada em desperdício, dedica-se há mais de 20 anos a estudar a alimentação e seus processos de distribuição. Temática que vem ganhando importância nos debates mundiais e que atualmente, com a crise gerada pela Covid-19 e seus desdobramentos sociais, deve se intensificar nos próximos anos. Para a CEO, as proporções do desperdício de alimentos em todo o planeta são imensas. Igualmente imenso é o número de pessoas com algum grau de insegurança alimentar.

A foodtech que hoje atende mais de 404 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) em 129 cidades de 21 estados do país, oferece inteligência e eficiência para fomentar o desenvolvimento sustentável de forma inovadora em organizações dentro do setor alimentício, contribuindo diretamente para que os alimentos ainda bons para consumo, mas sem valor comercial, sejam distribuídos para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento a empresa já auxiliou na redistribuição de mais de 8 mil toneladas de alimentos que seriam desperdiçados, garantindo o complemento de mais de 15 milhões de refeições na mesa de brasileiros. Entre o portfólio de clientes estão: Grupo Pão de Açúcar, iFood, Assaí Atacadista, Proença Supermercados, Nestlé, Bauducco e Danone.

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