Digitalização na saúde já é realidade e inevitável para todos os hospitais e clínicas
Por Miguel Gomes, CEO do Grupo Vivhas
Embora o tema possa parecer técnico e nichado, a digitalização da saúde está presente e ativa, transformando a vida das pessoas e a maneira como os negócios se movimentam no mundo corporativo. Este processo irreversível está remodelando o setor globalmente.
Com a necessidade de tomar decisões baseadas em dados, os gestores hospitalares identificaram que a implantação do prontuário médico eletrônico é essencial. Ele permite que as informações de saúde sejam facilmente compartilhadas entre diferentes profissionais e instituições, melhorando a continuidade do cuidado, a tomada de decisões clínicas e reduzindo erros médicos.
Essa tecnologia não só contribui para a redução de custos operacionais, por meio da otimização de processos e diminuição de desperdícios, mas também promove uma abordagem mais sustentável ao reduzir a necessidade de uso de papel. Isso não apenas fortalece a sustentabilidade ambiental do hospital, mas também melhora a segurança e a qualidade do atendimento ao paciente, garantindo que as informações estejam acessíveis e atualizadas em tempo real entre diferentes departamentos e especialistas, o que é essencial para uma assistência integrada e eficiente.
Novas frentes tecnológicas estão ganhando destaque na saúde digital. Empresas de tecnologia e startups estão investindo fortemente em soluções inovadoras, criando um ecossistema dinâmico e competitivo que melhora a eficiência operacional e a lucratividade das instituições. No entanto, com tantas inovações, é crucial identificar quais tecnologias se integrarão às estruturas já existentes em hospitais e clínicas e se realmente impactarão a gestão dessas organizações, que possuem necessidades distintas, complexas e frequentemente subfinanciadas, especialmente no setor público.
A interoperabilidade de sistemas, que permite a comunicação e funcionamento conjunto de diferentes tecnologias, é vital para a gestão hospitalar eficiente. Além disso, a automação de processos e a análise de grandes volumes de dados podem melhorar a tomada de decisões e a eficiência operacional. Inovações que oferecem soluções de baixo custo e alta eficiência são essenciais para hospitais públicos que enfrentam restrições orçamentárias.
A adoção de novas tecnologias requer treinamento adequado para os profissionais, garantindo que eles possam utilizá-las de maneira eficaz. Esses fatores são fundamentais para entender como as inovações tecnológicas podem ser aplicadas de forma eficaz na gestão hospitalar, atendendo às necessidades específicas e complexas dos hospitais, especialmente no setor público.
A tendência da IA
Em 2024, a integração da inteligência artificial (IA) no setor de saúde está se tornando uma prioridade crescente, conforme destacado por diversos estudos e artigos. A transformação digital é vista como uma solução essencial para a sustentabilidade do segmento de saúde.
A IA promete otimizar diagnósticos, prever surtos de doenças, personalizar tratamentos e automatizar tarefas administrativas, oferecendo um potencial significativo para revolucionar a saúde. As tendências pra a década indicam que as principais inovações incluem o uso de dados e IA em diagnósticos, prontuários médicos, criação de novos medicamentos, monitoramento remoto e saúde preventiva. Além disso, a regulamentação da segurança de dados e a interoperabilidade são prioridades que não podem ser ignoradas.
No entanto, apesar do potencial transformador da IA, a falta de investimentos robustos e a resistência à mudança permanecem como barreiras significativas. A implementação eficaz da ferramenta de inteligência artificial exige um compromisso firme com a inovação e o investimento estratégico.
Os estudos deixam claro que a IA torna-se uma ferramenta indispensável para o setor de saúde, com expectativas de grandes avanços nos próximos anos. A promessa de uma saúde mais eficiente e personalizada está cada vez mais próxima, desde que os desafios de investimento e adaptação sejam superados.
Nesse contexto, para o setor de negócios, a saúde digital representa uma oportunidade sem precedentes. Empresas que investem em tecnologias de saúde digital podem não apenas melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados, mas também abrir novas frentes de mercado. Com o foco certo e investimentos estratégicos, é possível não apenas melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, mas também criar oportunidades de negócios e promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. A revolução digital na saúde está apenas começando, e aqueles que souberem
Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere. Com mais de 40 anos de experiência, é um dos mais importantes executivos do país. Formado em Administração pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) e pós-graduado em Sistemas de Informação pela Fundação Santo André, o executivo acumula passagens por empresas como Unilever, Pirelli, Ibersis e Itteligence.