Impulsionando o empreendedorismo: inovação e apoio a startups no Brasil
Saiba como instituições inovadoras têm auxiliado startups na captação de recursos, no crescimento e a estruturação do negócio de forma sustentável

No competitivo cenário do empreendedorismo brasileiro, startups têm se destacado como motores de inovação, oferecendo soluções disruptivas em diversos setores. No entanto, o sucesso exige mais do que uma ideia brilhante; é preciso apoio especializado para transformar potencial em realidade.
A Associação Brasileira de Startups (Abstartups), liderada por Mariane Takahashi, desempenha um papel importante nesse processo, promovendo o desenvolvimento e a sustentabilidade das startups em todo o país. Complementando esse ecossistema, o Centro de Tecnologia da FPFtech, em Manaus, é referência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Com o suporte de líderes como Andréia Vieira, Rafael Teodósio, e Nancy Cavalcante, a FPFtech capacita startups em áreas como software, hardware e biotecnologia, dando suporte e preparação para enfrentar os desafios do mercado global. Em entrevista, a Diretora de Tecnologia da FPFtech, Andréia Vieira, afirma que o centro tem ampliado seu leque de atuação, contribuindo de diversas maneiras para o desenvolvimento tecnológico da região.
Segundo ela, por meio do seu núcleo de tecnologia, a instituição conduz pesquisas e desenvolve projetos voltados para aumentar a competitividade das empresas do Pólo Industrial de Manaus, demonstrando que a região também é um centro de desenvolvimento de tecnologias de ponta. Com o Núcleo Educacional, a FPFtech capacita profissionais, preparando-os para um mercado de trabalho que exige cada vez mais qualificações específicas em tecnologia e indústria. Além disso, sua incubadora, a WIT, desempenha um papel essencial no fortalecimento do ecossistema de inovação da região.
Quando questionado sobre os desafios enfrentados na Amazônia, Rafael Teodósio, Coordenador da WIT Incubadora da FPFtech, aponta que a região oferece tanto desafios únicos quanto oportunidades significativas.

“Os maiores desafios estão relacionados à base de conhecimento e à preparação empreendedora necessárias para transformar uma ideia em um negócio bem-sucedido e levá-lo até a fase de expansão. A região oferece grandes oportunidades com um volume significativo de investimentos. A bioeconomia propõe soluções globais que podem impactar os mercados de alimentos, cosméticos e fármacos. Além disso, a presença da indústria local favorece a captura de mercados globais pelas startups. Já estamos muito melhores do que há alguns anos e, quando a curva de conhecimento empreendedor atingir a maturidade dos ecossistemas de São Paulo ou Florianópolis, a Amazônia certamente ganhará destaque nacional e global no empreendedorismo inovador. Estamos no caminho”, aponta Rafael.
Na área de desenvolvimento de software e hardware, Andréia destaca projetos inovadores voltados à Indústria 4.0, utilizando tecnologias como Inteligência Artificial, Gêmeo Digital e IoT, aplicadas a processos produtivos. Além disso, a FPF Tech atua com base no desenvolvimento de produtos para seus clientes, englobando tanto projetos de software quanto de hardware. Em ambos os casos, ela destaca que o foco está em aumentar a competitividade das empresas e diversificar suas áreas de atuação.
Sobre a colaboração com outras instituições, Rafael Teodósio compartilha que a FPFtech tem se tornado um centro de inovação para startups, impulsionado pela sua expertise de 25 anos em P&D.
"A instituição oferece ambientes e estruturas que auxiliam startups no seu crescimento e escalabilidade. As parcerias externas são estratégicas para maximizar o potencial desse ambiente de crescimento”, comenta Rafael.
Além disso, ele destaca que as empresas buscam maior segurança ao investir em startups, e estas, por sua vez, procuram parceiros que possam acelerar suas operações. Segundo ele, o braço educacional da FPFtech promove a capacitação tecnológica das novas gerações, resultado de colaborações com diversas empresas. Assim, cada campo de negócio e parceria da FPFtech exerce um impacto significativo no crescimento do ecossistema de inovação.
Sobre o futuro, Andréia esclarece que a instituição mantém um compromisso constante com a inovação tecnológica, buscando estar à frente do mercado. Para alcançar esse objetivo, toda a equipe tem o papel de monitorar de perto as tendências emergentes no setor, a fim de direcionar suas áreas de atuação de maneira estratégica. Desse modo, será possível expandir a atuação da instituição nas áreas de tecnologia, liderando o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias emergentes para oferecer soluções inovadoras a seus clientes.
“Buscamos fortalecer nossa presença no campo educacional, ampliando a oferta de capacitações e aprimorando continuamente nossas metodologias de ensino, com o objetivo de nos tornarmos uma instituição de ensino cada vez mais diferenciada. Para impulsionar o ecossistema de inovação da região, nosso Centro de Inovação, HAWK, está comprometido em transformar o ambiente local, promovendo a aproximação e a colaboração fluida entre os diversos atores”, afirma Andréia.
Em complemento, Nancy Cavalcante, diretora da Escola Tecnológica da FPFtech (Etech), ressalta os planos da escola para continuar impulsionando o avanço tecnológico na região, por meio de treinamento específico nas tecnologias emergentes, atualização constante da infraestrutura de softwares e equipamentos, e promoção de eventos e projetos que estimulem a inovação entre os alunos.
“Buscamos fortalecer parcerias com instituições de referência no desenvolvimento tecnológico, assegurando que os alunos tenham acesso às mais recentes ferramentas e conhecimentos, e estejam preparados para contribuir ativamente com a evolução do cenário tecnológico local”, conclui Nancy.
Já Mariane Takahashi, CEO do Abstartups, afirma que os programas oferecidos para apoiar as startups em estágio inicial são as mentorias especializadas, sendo algumas delas vinculadas ao SEBRAE SP e ao Inovativa de aceleração de startups e estruturação para os negócios. Além disso, ela destaca que a equipe vem estruturando treinamentos para empreendedores associados, a fim de prepará-los melhor para a captação de investimentos.

“O mercado mudou nestes últimos anos, principalmente depois da pandemia. Ouvimos os investidores de um lado, entendo quais as dificuldades que eles enfrentavam nas conversas com as startups, ouvimos os nossos associados nas mentorias e também feedbacks das organizações mais próximas e também de forma regionalizada, pois a forma de se fazer negócios e os desafios das startups da Amazônia são diferentes das de São Paulo, por exemplo. Fazemos eventos no Brasil todo, cujas agendas são criadas a partir de atores locais junto com a Abstartups. Isso também gera um material rico para os nossos planejamentos”, comenta Mariane.
Ela afirma ainda que o Abstartups está remodelando os comitês por verticais dentro da associação que vai nos ajudar a ter voz junto aos reguladores como compartilhar dados e experiências entre os participantes. Com base nessas escutas e também conversando com os hubs de inovação, é possível remodelar e criar essas iniciativas.
“Temos um departamento de associados que faz todo esse mapeamento, dialoga com os associados e parceiros”, conta Mariane.
Outro fator que tem impulsionado cada vez mais a atuação do Abstartups para estar presente nas fases das startups apoiadas são as parcerias estratégicas com várias empresas e startups como por exemplo, SEBRAE SP, AWS, a KPMG que tem programas de aceleração, escritório de advocacia como o Baptista Luz, MoU com investidores, parcerias com hubs internacionais, entre outros. Segundo ela, essas colaborações ajudam no suporte às decisões dos empreendedores, garantia de descontos, aconselhamentos e aceleração de seus negócios de forma estruturada e mais eficiente sem grandes custos e despesas para os associados.
Entre os desafios enfrentados pelas startups brasileiras, Mariane afirma a busca por pessoas de fato qualificadas para compor o time, de forma que impulsione a captação de recursos, o crescimento e a estruturação do negócio de forma sustentável e, por fim, o pensamento inovador.
“O ecossistema brasileiro tem um futuro muito promissor. Com o Startup20, reunião das pequenas e médias empresas e startups do G20, vimos o quanto o Brasil está na vanguarda do empreendedorismo e como podemos ainda crescer mais. As chances de projetar os negócios para fora do país são grandes. Há programas de apoio de entidades governamentais brasileiras e estrangeiras que entenderam que as startups poderão ajudar muito em trazer novas soluções para problemas existentes, apoio de corporações, financiamentos e investimentos em novos negócios”, conclui Mariane.