O mercado de lingeries e a busca pelo conforto: transformações e tendências
Para entender como anda o mercado, representantes da Lupo, Hope Group e Anastacia Lingerie & Beachwear falam sobre o tema

Nos últimos anos, o mercado de lingeries tem passado por uma transformação significativa, impulsionada pela crescente demanda por conforto e funcionalidade. A pandemia de Covid-19 desempenhou um papel crucial nesse processo, alterando profundamente as preferências dos consumidores. Para entender melhor essa tendência e como as principais marcas estão se adaptando, conversamos com representantes da Lupo, Grupo Hope e Anastacia Lingerie & Beachwear, que oferecem uma visão detalhada sobre o impacto da pandemia e as inovações no setor.
Durante a pandemia, a Lupo observou uma mudança notável nas preferências dos consumidores. Maria Paula Braga, gerente de produto underwear da Lupo, destaca que, com o aumento do tempo em casa, os consumidores passaram a valorizar ainda mais o conforto em suas escolhas de vestuário íntimo. Ela aponta a empresa observou que quem era fã de peças seamless (sem costura) e usava principalmente sutiãs de bojo fixo começou a experimentar essas novas opções de conforto.
“Durante a pandemia, foi um momento notório em que os consumidores passaram a prezar ainda pelo conforto, seja nas roupas, calçados ou no underwear. Quem usava sutiã de bojos fixos, por exemplo, passou a experimentar os de seamless também, o que, em minha opinião, é certamente um caminho sem volta”, destaca Maria Paula Braga.
Segundo ela, a Lupo notou que a experiência com sutiãs e tops mais confortáveis ajudou os consumidores a descobrir atributos únicos desses produtos, como cobertura e suporte incomparáveis, solidificando essa tendência no mercado. Para atender à demanda por lingeries que combinam conforto, beleza e durabilidade, ela explica que a Lupo investe fortemente em tecnologia e engenharia de produto. A marca tem desenvolvido tecidos inovadores, como fios com visual acetinado e texturizados, que oferecem um toque muito macio e uma experiência sensorial agradável ao vestir.
“Todos os nossos produtos possuem atributos que entregam além de beleza, uma experiência sensorial agradável ao vestir e acomodar a peça no corpo”, explica Maria Paula Braga.
A empresa está comprometida em continuar a evolução dos tecidos e designs, com um olhar atento para o futuro das lingeries. O futuro do mercado de lingeries, segundo Maria Paula, está fortemente ligado à tecnologia e à sustentabilidade. Além disso, ela aponta que a empresa está investindo no desenvolvimento de fios que não só melhoram o desempenho das peças, mas também economizam água durante o processo de tingimento, refletindo um compromisso com práticas sustentáveis. Entretanto, criar peças que equilibram conforto e estética não é uma tarefa simples. Ela explica que a Lupo enfrenta o desafio de incorporar detalhes como transparências, estampas e aviamentos, que são importantes para a estética das peças, sem comprometer o conforto e a qualidade.
“O seamless é o futuro. Nosso radar e energia estão focados na criação de fios inteligentes que entregam cada vez mais novos e diferentes atributos”, afirma a assessoria. "Nosso desafio é trazer aos produtos pontos importantes do universo feminino, como transparência e estampas, integrando-os à vestibilidade e conforto”, explica.
O Grupo Hope, por sua vez, também observou uma mudança significativa nas preferências dos consumidores, especialmente no que diz respeito ao conforto. Sandra Chayo, do Grupo Hope, aponta que a pandemia acelerou a valorização do conforto nas lingeries. Segundo ela, o conforto é realmente uma prioridade, principalmente quando falamos de peças íntimas. A pandemia destacou ainda mais a importância de se sentir bem nas roupas do dia a dia.
O Hope Group tem respondido a essa demanda com inovações tecnológicas, como o projeto SEM COSTURA - Linha Light, que utiliza uma tecnologia avançada para criar peças sem costura, proporcionando conforto superior. Sandra explica que a empresa tem investido em materiais suaves e elásticos, que oferecem liberdade de movimento e uma sensação de leveza.

“Temos investido em inovações de materiais, utilizando tecidos suaves e elásticos que oferecem liberdade de movimento e sensação de leveza. O Hope Group também está focado em manter a estética das peças sem comprometer o conforto, um desafio que é constantemente abordado por meio de novas tecnologias e ajustes de design”, comenta Sandra.
Em termos de sustentabilidade, o Grupo Hope está fazendo progressos significativos. A empresa anunciou recentemente um investimento de 20 milhões de reais para expandir suas operações e melhorar suas práticas produtivas. Parte desse investimento está sendo direcionado para a compra de novos maquinários e melhorias na estrutura fabril, com o objetivo de otimizar a produção e incorporar práticas mais sustentáveis.
“Estamos explorando tendências como sustentabilidade, com o uso de materiais sustentáveis e práticas de produção responsáveis. Hoje, 50% de tudo o que é produzido pela marca é feito com materiais biodegradáveis”, pontua.
A Anastacia Lingerie & Beachwear, sob a direção criativa de Carolina Zimmer, também tem se destacado por sua abordagem ao conforto e à estética. Carolina compartilha que, durante a pandemia, houve um aumento significativo na demanda por lingeries confortáveis, refletindo uma mudança na prioridade dos consumidores.
“Durante a pandemia, tivemos um aumento de mais de 200% na procura por peças de moda íntima. As pessoas passaram a priorizar se vestir bem no seu íntimo e buscar peças que sejam confortáveis e que valorizem o corpo feminino”, afirma Carolina.
Ela explica que a Anastacia tem focado em criar peças que abraçam o corpo feminino de forma confortável e bonita, com um recente lançamento de calcinhas de algodão nobre e rendas suaves que exemplifica essa abordagem. Além disso, ela destaca que a empresa enfrenta desafios semelhantes aos de outras marcas no setor, como equilibrar estética e conforto em uma ampla gama de tamanhos. Carolina esclarece que a empresa se dedica a garantir que todas as mulheres se sintam lindas e confortáveis em suas peças.
“O maior desafio é desenvolver peças esteticamente bonitas e confortáveis que abracem tanto os corpos P ao GG quanto os corpos plus size. A lingerie é a primeira peça que vestimos e que, na maior parte das vezes, somente nós estamos vendo. Acreditamos que a peça valoriza nossa beleza mais genuína, aquela que é para nós mesmas”, explica Carolina.
A experiência do cliente é um diferencial importante para a Anastacia. Ela explica que a marca se orgulha de oferecer um atendimento personalizado e um toque especial em cada detalhe de suas peças. Carolina destaca ainda que, apesar do peso dos nomes das grandes marcas, a Anastacia se diferencia pelo carinho e dedicação que coloca em cada produto.
“O maior diferencial que possuímos na Anastacia é a experiência do cliente. Cada detalhe tem um pouco do nosso amor, e é esse encantamento que entregamos que nos torna diferentes em relação a grandes marcas do mercado”, afirma Carolina.
O mercado de lingeries continua a evoluir, com um foco crescente em conforto, funcionalidade e sustentabilidade. As marcas estão investindo em inovações tecnológicas e em práticas sustentáveis para atender às expectativas dos consumidores e se manterem competitivas. Com o aumento da demanda por peças que combinam beleza e bem-estar, o futuro do setor parece promissor, refletindo uma mudança duradoura nas prioridades dos consumidores.