Uso de inteligência artificial na programação contribui com o desenvolvimento e agilidade de processos

A inteligência artificial é o assunto do momento no ecossistema de inovação tecnológica, servindo como uma das principais ferramentas e tendências do futuro para diversos segmentos. Como exemplo, podemos citar o Chat GPT, plataforma desenvolvida com a ajuda de redes neurais e machine learning, com foco principal em diálogos virtuais entre a máquina e os usuários. 

Neste cenário, a transformação gradual vem acontecendo ao longo de décadas, se moldando ao comportamento da sociedade e transformando a maneira como buscamos consumir um produto, um serviço e otimizando a rotina das pessoas. Quando o assunto é programação de software, a inteligência artificial pode contribuir mais do que podemos imaginar. Por exemplo, como um concorrente para o Chat GPT, a Microsoft criou em sua nova atualização para o Windows 11 o Windows Copilot. O assistente poderá ser usado para criar resumos de um texto, editar imagens, ativar recursos no sistema, pedir sugestões de música, entre outras funcionalidades.

Além disso, a ferramenta, liberada no dia 26 de setembro, pode contribuir e otimizar a programação para desenvolvedores de software, atuando por meio de sugestões de códigos que tornam o trabalho complexo, mais ágil. Juliano Kimura, especialista em inovação digital, compartilha que a proposta, apesar de completa, ainda há muito para ser refinada e melhorada. Segundo ele, a ferramenta é totalmente integrada com o uso de produção do usuário em várias ferramentas, o que traz muitas possibilidades. 

Ele explica que permitir que a inteligência artificial monitore o comportamento do usuário em todo o sistema operacional pode sim trazer uma experiência extremamente personalizada e, para um primeiro momento, muito limitada. Vale lembrar que o conceito de Copilot já é utilizado em plataformas como o GitHub e outras. Juliano acrescenta ainda que os usos mais óbvios estão desde a concepção inicial do código até as correções de bugs e erros. Apesar disso, ele esclarece que, para os usos mais avançados, teremos que reconhecer o desenvolvimento e melhoria de sistemas com deep learning e redes neurais. 

“Os programadores mais criativos poderão extrair o maior potencial da IA, sim, é uma realidade tangível e está entre as profissões que mais será impactada com a popularidade da IA. Economia de tempo é o principal benefício. Melhores programadores com a ajuda de IA vão chegar em resultados finais em um curto período de tempo. Podemos traduzir em uma única palavra: Eficiência”, comenta Juliano.

Já Nei Grando, empreendedor e CTO da CyberStorage.Cloud, compartilha que a inteligência artificial vai além de otimizar tarefas do dia a dia, abrindo possibilidades para aumentar a capacidade humana na resolução de problemas. No caso de desenvolvimento de software, ele afirma que ferramentas de IA podem atuar lado a lado com os cientistas e engenheiros da computação, em suas tarefas de programação, testes, documentação e outras inúmeras funções. 

Ele ressalta ainda que a IA pode ser usada para automatizar tarefas repetitivas e tediosas, como testes, depuração, documentação e refatoração de código, além de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do código via ferramentas de análise estática e dinâmica. Além disso, ela pode também sugerir código, fazer correção automática e até mesmo gerar um código solicitado via linguagem natural, escrita ou falada.

“Podemos destacar o GitHub Copilot, que oferece sugestões de código em várias linguagens de programação, baseadas no código-fonte existente ou em comentários descritivos. Trata-se de uma extensão para editores de código, como por exemplo, o Visual Studio. Já o Windows Copilot é uma ferramenta voltada para usuários comuns do Windows 11, que oferece assistência em diversas atividades do dia a dia. O Windows Copilot funciona como um assistente de voz ou texto, que pode ser acionado pela barra de tarefas, pelo atalho Windows + C ou pelo menu Iniciar. O Windows Copilot também está integrado a outros produtos da Microsoft, como o Edge, o Word, o Excel, o PowerPoint, o Skype e o Teams”, esclarece.

Nei pontua que tanto o GitHub Copilot quanto o Windows Copilot usam a inteligência artificial para auxiliar os usuários em diversas tarefas. Segundo o especialista, são aplicações distintas, mas ambos foram desenvolvidos pela Microsoft e utilizam o OpenAI Codex, um modelo de linguagem generativa que pode produzir textos e códigos a partir de um contexto ou uma instrução. Ele acrescenta ainda que o GitHub Copilot é um assistente de programação que usa inteligência artificial para sugerir e completar código. Ele aprende com o código de quem o utiliza e com milhões de outros códigos disponíveis na internet, usando esse conhecimento para gerar novas soluções para os problemas apresentados.

O especialista compartilha que o uso de ferramentas como essas e assistentes de programação baseadas em IA já é uma realidade comum na indústria de desenvolvimento de software, transformando a maneira como os profissionais da área escrevem seus códigos. Entre as ferramentas disponíveis no mercado que usam a IA para auxiliar na programação podemos citar o GitHub Copilot, o Vertex AI, o Wipro Holmes, o Salesforce Einstein, o IBM Watson, o TensorFlow, o PyTorch, o Keras e o OpenCV.

“O uso de ferramentas como essas podem trazer muitos benefícios para os programadores, como aumentar a eficiência, a qualidade, a segurança, a personalização e muito mais, além de reduzir o trabalho em tarefas repetitivas, auxiliar na tomada de decisão e na resolução de questões complexas. Porém, é importante lembrar que a IA ainda está em constante evolução e que as ferramentas não substituem a criatividade e o conhecimento dos programadores, os quais devem conferir, pois a IA eventualmente comete erros, e ir além do que a IA propõe. Eles devem estar dispostos a aprender e experimentar novas tecnologias para aproveitar ao máximo os benefícios da IA na programação”, completa Nei.

Ambos os especialistas afirmam que, nesse contexto, o uso de IA já é uma realidade para o profissional que atua no segmento, porém, depende de inúmeros fatores, como o tipo, o nível e o domínio da programação, a demanda e a oferta do mercado, a adaptação e a qualificação dos profissionais, a ética e a regulamentação da IA, entre outros fatores.