Você sabe o que são aceleradoras?

10/12/22
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Publicado por 
Redação Start

Alguns especialistas no assunto esclarecem algumas dúvidas, como por exemplo os ativos que mais garantem sucesso entre startups

Diante de um cenário cada vez mais competitivo, muitas empresas não conseguem se consolidar no mercado e acabam fechando as portas nos primeiros anos de existência. Segundo um levantamento feito pelo Sebrae, pelo menos 25% das startups fecham com menos de um ano, outros 50% com uma média de quatro anos e 75% das empresas em aproximadamente 13 anos. 

Considerando que mesmo que os negócios sejam boas iniciativas a serem investidas, muitas vezes acabam não sendo geridas de forma assertiva. As aceleradoras surgem enquanto organizações que oferecem investimento e acompanhamento intenso para projetos e negócios em estágio inicial, em busca de consolidar os negócios no mercado.

Basicamente, aceleradoras são empresas que buscam impulsionar projetos de startups por meio de mentorias, networking e aporte de capital para auxiliar na gestão financeira de cada negócio. Com presença forte em todas as regiões do país, a Ventiur surgiu como a primeira aceleradora do sul do Brasil em 2013. A organização possui uma vasta rede de parceiros de negócios, entre investidores e mentores, e já carregam o peso de 8 mil startups avaliadas e 84 investidas e aceleradas.

O processo de escolha para acelerar uma startup começa por meio de uma seleção. A Ventiur investe no estágio pré-seed, com investimentos de 200 mil e podendo chegar a até 1 milhão de reais. A equipe se atenta a startups que já possuem MVP (produto mínimo viável) em rede. Outro quesito importante é o engajamento da equipe da startup. Segundo a head de aceleração da Ventiur, Gabrielly Balsarin, a equipe deve possuir um certo “brilho nos olhos”, conhecimento de mercado e pelo menos dois sócios, além de potencial de mercado.

Para a Ventiur, o processo de aceleração de uma startup dura em média nove meses e foca em eliminar possíveis obstáculos para encurtar os caminhos no mundo dos negócios. “O processo de aceleração conta com acompanhamento intenso, tendo encontros remotos semanais e geração de conexões com a rede, conectando a startup com mentores, investidores, especialistas do mercado e empreendedores do portfólio”, afirma Gabrielly.

Além disso, a organização também oferece auxílio para a captação de novas rodas de investimento e, ao término do processo, a aceleradora continua dando um certo apoio à startup. Gabrielly afirma também que a empresa tem preferência por negócios B2B e B2C, em alguns casos. Ela ainda destaca alguns pontos que podem comprometer o sucesso dos negócios. 

“Acreditamos que um dos pontos mais importantes está relacionado com o time da startup e sua capacidade de execução. Há alguns negócios que não crescem como o esperado. Na maioria dos casos está relacionado com a postura dos fundadores, os quais falham na gestão, processo de vendas e/ou não são abertos a ouvir opiniões de mentores e investidores que os acompanham na jornada. Outros casos estão relacionados à falta de aceitação da solução no mercado”, conclui Gabrielly.

De norte a sul do Brasil, podemos observar bons projetos a serem investidos. O InovAtiva é uma política pública fundada em 2013, que busca projetos por todo o país e tem como diretriz a promoção da diversidade entre as startups. A organização conta com uma equipe de voluntários que atuam regionalmente para fortalecer o ecossistema de inovação local, em busca de oportunidades de investimento. 

Segundo a InovAtiva, o ciclo de aceleração é dividido por etapas. A primeira etapa dura em média quatro meses, onde os empreendedores têm acesso a mentorias individuais e coletivas com especialistas de mercado. Ao fim da etapa, a instituição promove o InovAtiva Day, em que os empreendedores têm acesso a uma agenda de palestras, painéis e treinamentos de pitch.

A segunda etapa do processo dura em média dois a cinco meses, em que trazem soluções maiores de mercado. Além das mentorias, o ciclo é encerrado com o InovAtiva Experience, no qual os empreendedores recebem o feedback dos mentores e apresentam o seu pitch no Demolation. O pitch final é apresentado para a maior banca de investidores do país no Demoday. 

Cada mentoria é especializada e focada no segmento de negócio da startup ou projeto acelerado. Com base nisso, o InovAtiva de Impacto Socioambiental também oferece capacitação para o empreendedorismo de impacto. Os empreendedores especializados na área são conectados a investidores e interessados em apoiar a startup.

De acordo com o gestor de aceleração do InovAtiva Brasil, Giovani Scalcon, o processo de escolha para acelerar algum projeto de startup é rigoroso, portanto, é difícil encontrar um projeto que não atenda às expectativas do programa. Há casos em que a falta de comprometimento das startups reflete no baixo desempenho ao longo do processo.

A escolha de startups é definida de acordo com o regulamento do ciclo. Em 2022, o regulamento expõe que uma startup deve estar em fase de validação, estar cadastrada por um empreendedor maior de 18 anos e possuir um faturamento bruto anual de até 4,8 milhões.

Após esse processo, o negócio passa por avaliação onde especialistas atribuem notas, como grau de maturidade, grau de inovação, potencial de mercado, composição da equipe e potencial escala de solução. As notas geram um ranking a qual são selecionadas as primeiras startups, conforme a quantidade de vagas do ciclo.

Giovani afirma ainda que, projetos de ecossistemas de empreendedorismo mais desenvolvidos têm maiores chances de tomar conhecimento do programa e realizar a submissão. O principal valor que a aceleração oferece aos negócios são as conexões e orientações oferecidas às startups, mas é preciso haver compromisso e engajamento com o processo.

“Para ter sucesso, a equipe deve estar comprometida com o programa e aberta às sugestões e críticas dos mentores. Um dos principais valores entregues pelo InovAtiva é a conexão com mentores especializados nas dores que a startup está sentindo. Muitas vezes o caminho para o sucesso pode ser doloroso, mas o enfrentamento desse desafio é essencial para que a startup cresça e evolua, para estar pronta para dar o próximo passo: conexão com potenciais investidores”, comenta Giovani.

Já a Wow Aceleradora conta com um processo seletivo de quatro fases para acelerar uma startup early stage. Com nove anos de atuação no mercado e uma rede de 300 investidores anjo, a aceleradora já possui uma marca de 140 startups aceleradas em todas as regiões do país e inúmeros segmentos. A aceleradora também conta com oito exits.

As quatro fases definidas pela Wow iniciam pela aplicação de um formulário e entrevistas com as startups. O processo é aberto para todos os investidores que assistem aos pitches, para tirarem dúvidas, debaterem entre si e, por fim, votarem nas startups preferidas. O investimento é feito por todo o grupo, e a avaliação foca em resolver possíveis problemas, levar soluções e alinhar a equipe com o desafio. 

O CEO da Wow, André Ghignatti, afirma que não existe fórmula perfeita para garantir o sucesso de uma startup. “Naturalmente, a equipe é o pilar que tem a maior influência no resultado. É difícil apontar um tema mais frequente. Nosso portfólio é bastante diversificado, tanto por setores da economia quanto em modelos de negócio. Predomina o modelo SaaS B2B”, completa André.

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